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Brasil

Em epidemia, SP é o 8º Estado a declarar emergência por dengue

Os dados mostram que 131 municípios têm nível epidêmico, mas essa relação de novos casos por habitante varia amplamente

Redação Jornal de Brasília

05/03/2024 20h16

Foto: Fiocruz

São Paulo decretou ontem emergência em saúde por dengue, após o Estado atingir a marca de 300 casos por 100 mil habitantes, o que significa que a transmissão atingiu o nível de epidemia. Os dados mostram que 131 municípios têm nível epidêmico, mas essa relação de novos casos por habitante varia amplamente. Após dois meses de uma curva ascendente nada típica, há cidades que ultrapassam os 4 mil casos por 100 mil habitantes

O Estado já confirmou 138.259 casos da doença, enquanto soma mais de 361,6 mil notificações de infecção provável. Ao todo, 31 pessoas morreram. Outros 122 óbitos estão em investigação. Pouco mais da metade das mortes, em que há informação, se concentram na faixa etária com 65 anos ou mais. Conforme mostrou o Estadão, o risco de morte por dengue é 8 vezes maior entre quem tem 60 anos ou mais.

Os dados são do painel de monitoramento da doença do Estado de São Paulo, que foi lançado no início deste ano. Importante ressaltar que eles são preliminares e provavelmente serão atualizados para cima. Isso ocorre tanto pelo atraso no lançamento de registros nos sistemas informatizados quanto pelo alto número de óbitos que ainda estão em investigação.

Desse total de pacientes, 1.821 apresentaram ou apresentam sinais de alarme, enquanto 169 evoluíram para o quadro grave. Conforme mostrou a reportagem, o número de casos de dengue grave mais do que dobrou no Brasil, o que deve estar ligado ao sorotipo prevalente hoje.

NO PAÍS. Com esse decreto, São Paulo soma-se a um grupo com outras oito unidades da Federação (AC, DF, GO, MG, ES, RJ, SC e AP) em emergência para dengue. São 22 as cidades paulistas que fizeram o mesmo movimento. De acordo com o Ministério da Saúde, 192 municípios já decretaram emergência no Brasil.

Para especialistas, decretos de emergência vão além de um rito administrativo, que facilita, por exemplo, repasse de recursos: são, também, instrutivos/educativos, no sentido de que passam uma mensagem clara sobre a gravidade da situação. Ou seja, no caso da dengue, a medida reforça a necessidade de ação para eliminação de focos do mosquito (cerca de 75% estão em nossas casas ou ao redor dela) e de atenção aos sinais de alarme.

A Secretaria da Saúde paulista explica que o decreto permitirá que Estado e municípios implementem ações com maior agilidade. Também permite receber recursos adicionais do governo federal. Cada município, com base na análise do cenário epidemiológico, poderá utilizar a medida estadual para decretar emergência em âmbito local.

NA CAPITAL PAULISTA

Ao menos 15 dos 96 distritos da cidade de São Paulo já vivem uma epidemia de dengue, segundo o boletim epidemiológico mais recente. A região oeste da cidade, com Vila Jaguara, São Domingos, Vila Leopoldina, Anhanguera e Lapa estão com índices epidêmicos – a pior situação é nos dois primeiros locais (veja no mapa). Já na zona leste, Itaquera, São Miguel, Guaianases, Água Rasa e Lajeado integram o grupo.

Completam a lista quatro distritos da zona norte (Jaçanã, Tremembé, Vila Medeiros e Vila Maria) e um da zona sul (Campo Limpo). A incidência geral da cidade está em 209,7 casos por 100 mil habitantes.

De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, já foram notificados neste ano 25.182 casos de dengue, número 68% maior do que o registrado em todo o ano passado (14.938). (Colaborou Fabiana Cambricoli)

Estadão Conteúdo.

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