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Brasil

Em Brasília, indígenas alertam para mudanças climáticas, falta de trabalho e invisibilidade

O intuito do evento é lutar pelos direitos das terras demarcadas, da educação adequada e saúde dos povos originários

Redação Jornal de Brasília

27/04/2023 17h19

Foto: Carl DE SOUZA / AFP

Ana Beatriz Cabral Cavalcante
Jornal de Brasília/Agência de Notícias CEUB

Nesta semana, indígenas de todo o país estão acampados ao lado do Teatro Nacional, o Acampamento Terra Livre (ATL), que conta com plenárias, marchas e noites culturais.

Diversas etnias durante o evento também estão praticando sua cultura e tradição, mostrando ao público suas danças tradicionais, pinturas corporais e artesanato.

O intuito do evento é lutar pelos direitos das terras demarcadas, da educação adequada e saúde dos povos originários.

A equipe de reportagem da Agência Ceub conversou com jovens de diferentes etnias.

Fulniô

Sasná (na língua yatê), conhecida como Patrícia, 43 anos, vive em Águas Belas (PE) como artesã. Ela explica que que mais de 80% da sua aldeia vive do artesanato, pois a agricultura é extremamente difícil de firmar devido à falta de chuvas e ao clima seco e quente.

O encontro sediado em Brasília, para a indígena, é um momento importante e único de confraternizar com outras etnias, realizando trocas de conhecimentos e experiências. Ela reforça que cada povo tem sua identidade e esse encontro serve como uma porta-aberta para a discussão.

Patrícia conta que os indígenas da cidade possuem muito mais recursos para os ampararem, diferente daqueles que se encontram na base, como ela se refere às aldeias. A realidade é totalmente diferente, com a precariedade, os governantes cegos quanto às suas condições e a falta de auxílio.

Ot’sá (na língua yatê), conhecida como Elice, 35 anos, reforça a fala de sua companheira de tribo. Também trabalhando como artesã, para ela o acampamento é uma oportunidade para expor seu trabalho a um público maior e mais diversificado, pois sua cidade é muito pequena.

Caiapós

A tribo da etnia Caiapó, oriunda do sul do Pará, esteve ativamente envolvida no acampamento com danças tradicionais entre seus companheiros, pinturas corporais e artesanato.

Moetuk, 60 anos, é uma das envolvidas na pintura corporal durante o período da tarde, mas não pôde dar entrevista por não falar o português.

Homens e mulheres se reuniam em meio ao público para danças e cantos de sua tribo, sendo o grupo feminino unido de um lado enquanto o masculino de outro. Confira trechos de momentos como esse:

Guajajara

Ywyrhú, 32 anos, trabalha como artesão e mensageiro da medicina sagrada em sua tribo. Atuante com ervas como a ayahuasca, diz que o encontro do acampamento é uma luta pela vida, pois a natureza é a prova dela.

Ele complementa que todo o movimento é uma luta pela melhoria da saúde, por escolas inclusivas que trabalhem a bilingualidade e a força conjunta para a permanência da cultura dos povos originários.

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