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Brasil

Dono de empresa de ônibus acusada de ligação com PCC foi preso em condomínio de luxo

Na audiência de custódia, Pandora afirmou não ter meios de contratar um advogado. Com isso, o juiz nomeou um profissional para fazer sua defesa

Redação Jornal de Brasília

11/04/2024 20h46

Reprodução/Linkedin

MARIANA ZYLBERKAN E PAULO EDUARDO DIAS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora, foi preso na manhã de terça-feira (9) em uma de suas casas localizada em um condomínio de luxo, em Itu, no interior de São Paulo. Ele é alvo de operação do Ministério Público que acusa duas empresas de ônibus de integrarem esquema de lavagem de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Ele é dono da Transwolff, viação que tem a segunda maior frota de ônibus da cidade de São Paulo, e acusada pela Promotoria de usar dinheiro do crime organizado para vencer licitações de transporte público e comprar ao menos 50 coletivos, em 2015.

Na audiência de custódia, Pandora afirmou não ter meios de contratar um advogado. Com isso, o juiz nomeou um profissional para fazer sua defesa.

Seu advogado em ações judiciais anteriores, José Nivaldo Souza Azevedo, também foi denunciado na operação da Promotoria. Ele também defendia a Transwolff em processos. O acusado foi encaminhado ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de Sorocaba.

Ex-perueiro clandestino, Pandora teve um salto no patrimônio, entre 2017 e 2018, de R$ 15 para R$ 80 milhões, segundo informações obtidas via quebra de sigilo bancário. A movimentação foi alvo de alerta do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) já que os valores eram incondizentes com sua ocupação.

O enriquecimento ocorreu após a Transwolff, fundada em 1987 por sua mulher, Helena Cristina Reis Magela, se associar a uma empresa com indícios de envolvimento com o crime organizado, segundo as investigações.

O condomínio Terras de São José 1, onde o acusado foi preso, tem como parte da área de lazer um campo de golpe integrado a um resort de luxo, além de 20 quadras de tênis e três campos de futebol.

Os valores de uma casa com cinco quartos no condomínio partem de R$ 5 milhões e podem ultrapassar R$ 50 milhões.

Segundo as investigações, ele e outros dirigentes da Transwolff movimentavam as contas por procuração, indício de que eram utilizadas para lavagem de dinheiro porque, dessa maneira, a identificação dos beneficiários do dinheiro é dificultada.

Pandora foi preso em 2006 sob a acusação de ter financiado a tentativa frustrada de resgate de Nivaldo Eli Flausino Alves, irmão de Branco, líder do PCC à época, na Cadeia Pública de Santo André.

Em depoimento, ele negou participação na ação, mas admitiu que a facção criminosa estava infiltrada entre os perueiros. A Justiça, então, concluiu não haver provas e o inquérito foi arquivado.

A reportagem não conseguiu contato com o advogado de Pandora e nem com a defesa da Transwolff.

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