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Brasil

“Deu uma banda e chutou ele”: conversa entre babá e mãe de Henry sinaliza agressões de Dr. Jairinho

Prints recuperados pelos investigadores mostram que a babá ouvia Henry reclamar de dores devido às agressões do padrasto

Willian Matos

08/04/2021 12h09

Foto: Reprodução

Conversas recuperadas pela Polícia Civil (PCERJ) entre a babá de Henry Medeiros e a mãe do garoto, Monique Medeiros, mostram que o padrasto, o vereador Dr. Jairinho, agredia a criança. Em prints captados pela polícia, a babá diz à Monique que Henry contou as agressões.

O delegado Henrique Damasceno disse, em coletiva nesta quinta-feira (8), que a Polícia Civil reuniu prints das conversas entre a babá e a mãe de Henry. “Em uma conversa entre babá e mãe, a babá fala que o Henry relatou a ela que o padrasto pegou pelo braço, deu uma rasteira e o chutou”, revelou o delegado.

Foto: Reprodução

A babá disse ainda que, ao tentar banho em Henry, o garoto não deixou que ela lavasse a cabeça por conta das lesões causadas pelo padrasto. A babá também contou à mãe que as agressões eram sempre no quarto do casal.

Para o delegado, as provas são “muito fortes e muito convincentes” de que o vereador agredia Henry e que a mãe era conivente com o crime.

Noite da morte

Damasceno relata ainda que, no dia 8 de março, data da morte do garoto, ele foi entregue pelo pai por volta de 19h30 e foi dormir mais tarde, sem maiores problemas. Porém, uma hora depois, apareceu morto.

“A mãe deu banho no menino. Ele não se queixou. Ele não apresentava qualquer lesão, queixa ou desconforto”, comentou o delegado. “Existe uma foto que foi daquele dia, pouco antes do menino dormir, em que ele estava, inclusive, sorrindo, demonstrando que havia uma higidez completa, que ele estava saudável. Em um intervalo curto de horas, o Henry já chegou morto no hospital na Barra da Tijuca. Nós saímos de um estado de higidez absoluta para um estado de óbito”, prosseguiu. “E quem estava com ele naquele momento, nesse intervalo, era exatamente a mãe e o padrasto.”

O produtor do Ministério Público (MP-RJ), Marcos Kac, ressalta que os laudos do instituto médico legal (IML) mostram lesões no fígado e em outras partes do corpo de Henry. Isso, aliado aos prints obtidos pela PCERJ, descarta a versão de que o garoto teria caído e se lesionado sozinho.

A investigação, embora bem encaminhada, ainda não se encerrou. Dr. Jairinho e Monique foram indiciados pelos crimes de tortura e homicídio duplamente qualificado pela morte de Henry, 4 anos. Atualmente, o casal está preso temporariamente na Barra da Tijuca.

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