A diretora de Sustentabilidade da JBS, Liège Correia, disse que a estrutura da pecuária no Brasil é um ciclo longo, com muitos intermediários para fazer a rastreabilidade. “O pequeno acaba vendendo seus animais de cria para compradores e estes passam para um produtor de cria, que por sua vez passa para um produtor de engorda até chegar na indústria”, afirmou. A ideia, segundo ela, é encurtar essa cadeia. “Com mais rastreabilidade a gente passa a ter mais controle, e pode retirar da produção aqueles que têm alguma irregularidade no seu processo”, comentou.
A iniciativa estima mais que dobrar a renda do produtor, considerando toda a propriedade, informou a JBS. “Nas áreas intensificadas, a rentabilidade pode aumentar em até seis vezes”, declarou, em nota.
O secretário adjunto de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Raul Protázio, disse que 90% das propriedades rurais do Estado são de agricultores familiares, cenário comum em toda a Amazônia, segundo ele. “Eles retêm 50% do rebanho e da pecuária do Estado. O contexto é de baixíssima produtividade”, afirmou. Segundo Protázio, a média de produção paraense é de 60 quilos por hectare/ano e deveria ser de 300 quilos por hectare/ano. “O cenário é de baixa produtividade, tecnologia, regularização ambiental, fundiária e pouco acesso a crédito”.
O head de Cooperação Internacional do BNDES, Leonardo Botelho Ferreira, disse que o banco praticamente conseguiu dobrar os recursos para projetos ligados à agricultura familiar na Amazônia. “Isso representa um salto de R$ 5,7 bilhões no período 2022/2023 para R$ 11,6 bilhões em 2023/2024”, ressaltou.