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Brasil termina abril com 82.000 mortes por covid, o mês mais mortal da pandemia

A marca de abril supera em muito a de março (66.573 mortes) e reflete a virulência da segunda onda da doença, que já deixou 403.781 mortos no país

Redação Jornal de Brasília

01/05/2021 12h41

covid

Foto: Sergio Lima/ AFP

O Brasil somou 2.595 mortes por covid-19 nesta sexta-feira (30), totalizando 82.266 óbitos em abril, um segundo recorde mensal consecutivo desde o início da pandemia, segundo dados do Ministério da Saúde.

A marca de abril supera em muito a de março (66.573 mortes) e reflete a virulência da segunda onda da doença, que já deixou 403.781 mortos no país.

A curva de infecções e óbitos deu recentemente sinais de estabilidade: a média móvel de óbitos é de 2.480 por dia, após ter ultrapassado os 3.000 há duas semanas. No entanto, o patamar permanece em níveis muito elevados.

Em números absolutos, o Brasil é o segundo país com mais mortes por coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos (com mais de 575 mil).

Em números relativos, o Brasil, com 212 milhões de habitantes, é o que mais registra mortes no continente (192 por 100.000 habitantes) e nesta semana ultrapassou o Reino Unido (188/100.000), embora permaneça abaixo da Itália (200), Bélgica (209) e vários países da União Europeia.

O Brasil levou cinco meses para passar de 100.000 para 200.000 mortos (em 7 de janeiro), mas foram apenas 77 dias para chegar a 300.000 (em 24 de março) e 37 dias para chegar a 400.000 (29 de abril).

Os especialistas atribuem esse cenário a uma combinação de fatores, como o relaxamento do isolamento social durante o final do ano e férias de verão, as novas variantes mais contagiosas, a demora em garantir vacinas suficientes e a falta de coordenação nacional com uma mensagem unificada de combate ao vírus.

Uma CPI foi instaurada na semana passada no Senado para investigar a gestão da crise pelo governo Bolsonaro, no qual quatro ministros da saúde se sucederam desde o início da pandemia.

Desde o primeiro caso de coronavírus identificado no Brasil, em fevereiro de 2020, Bolsonaro se opõe às medidas de isolamento social devido ao seu impacto negativo na economia. O presidente também rejeitou o uso de máscaras, questionou a eficácia das vacinas e defendeu o uso de remédios como a hidroxicloroquina, sem eficácia comprovada contra a doença.

Um “cemitério” em Copacabana

O número de infectados desde o início da pandemia em fevereiro de 2020 chegou a 14.659.011.

A praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi transformada nesta sexta-feira em um cemitério simbólico durante um protesto da ONG Rio de Paz, que colocou 400 sacos mortuários na areia.

“Esses sacos de óbito representam os brasileiros que tiveram que ser enterrado em covas rasas, após os seus corpos terem sido postos nesses sacos, morrendo sem a mínima solenidade”, declarou à AFP Antônio Carlos Costa, presidente da ONG.

A ocupação de leitos de terapia intensiva em hospitais tem apresentado leves sinais de melhora, mas continua em níveis críticos (acima de 80%) na maioria dos estados brasileiros, segundo o último boletim da Fiocruz.

A campanha de vacinação já atingiu 13% da população com a primeira dose (28,7 milhões de pessoas) e 6% com a segunda (13,3 milhões de brasileiros).

O Ministério da Saúde garante que até o final de 2021 terá doses suficientes para vacinar toda a população.

©? Agence France-Presse

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