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Brasil

Brasil tem mais de 50 milhões de pessoas que sofrem com hipertensão

O cenário do Brasil em relação à doença é mais crítico que a média global, que estima um índice de 33%

Redação Jornal de Brasília

08/11/2023 18h28

Lúrya Rocha

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 45% da população brasileira entre 30 e 79 anos sofre com hipertensão, o que representa mais de 50 milhões de pessoas. Desse total, 62% foram diagnosticados, mas apenas 33% estão com a pressão controlada. O cenário do Brasil em relação à doença é mais crítico que a média global, que estima um índice de 33%.

Segundo a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada em 2021 com relatório publicado em 2022, a taxa de mortalidade por hipertensão arterial no Brasil atingiu o maior valor dos últimos dez anos, com a ocorrência de 18,7 óbitos por 100 mil habitantes em 2021. O aumento mais expressivo da taxa de mortalidade por conta da doença ocorreu em pessoas com 60 anos ou mais. Em 2019, as faixas etárias de 60 anos ou mais, apresentaram, em média, 127 óbitos por 100 mil habitantes. Já em 2021, essa média saltou para cerca de 173.

A hipertensão arterial é uma doença crônica caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. De acordo com o Ministério da Saúde, ela acontece quando quando apresenta regularmente pressão arterial igual ou superior a 140/90 mmHg (ou 14 por 9). A pressão alta é um dos fatores de risco predominantes para a ocorrência de acidente vascular cerebral (AVC), infarto, aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca. Estes casos, por sua vez, são as principais causas de morte em todo o mundo.

Embora a hipertensão não tenha cura, ela pode ser controlada através do método de tratamento que é determinado pelo médico para cada paciente. O relatório da OMS indica que, se os níveis de tratamento projetados para o país forem alcançados, serão evitadas 365 mil mortes pela doença até 2040.

Alessandra Freitas, médica cardiologista, alerta que “é uma doença silenciosa e pode acarretar grandes complicações, principalmente nos pacientes que são assintomáticos. Em média, 30% dos hipertensos não têm sintomas.” Os sintomas costumam aparecer apenas quando a pressão sobe muito, quando acontece, pode ocorrer: Cefaleias, dores e compressões na nuca (sensação de peso na região cervical), dores no peito, fraqueza, sangramento nasal, sensação de dormência nas extremidades e desmaios. Também, quando o fluxo cerebral reduz por conta da hipertensão, o paciente pode ter períodos de vertigem e tontura.

O diagnóstico do problema é feito a partir da aferição da pressão regularmente. A indicação é que pessoas acima de 20 anos de idade façam a medição ao menos uma vez por ano, porém, se houver histórico familiar de pressão alta, a medição deve ser feita duas vezes por ano, no mínimo. “É importante receber diagnóstico precoce com idas frequentes aos ambulatórios para fazer rotinas de acompanhamento cardiológico, principalmente os pacientes que já tem fatores familiares, precisam ter mais regularidade”, conclui Alessandra.

O problema é herdado dos pais em 90% dos casos, mas há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, como os hábitos de vida do indivíduo. Para prevenir a doença ou evitar complicações, quando já diagnosticado, a cardiologista ressalta a importância de adotar uma rotina de vida saudável. Algumas das medidas recomendadas são: Manter o peso adequado através de uma alimentação saudável, evitar estresse, reduzir o nível de consumo de sal, praticar atividades físicas regularmente, não fumar, evitar o consumo de álcool, reduzir o consumo de alimentos gordurosos ou ultraprocessados, ricos em gordura, açúcar e conservantes químicos.

A Secretaria de Saúde (SES), através da rede pública de saúde do DF, disponibiliza equipes com profissionais para fazer o diagnóstico da doença, orientar e instituir tratamento aos pacientes sobre os diversos riscos e níveis da hipertensão. O Sistema Único de Saúde (SUS) também oferece gratuitamente medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) pelo programa Farmácia Popular. Para retirar os remédios, basta apresentar um documento de identidade com foto, CPF e receita médica dentro do prazo de validade, que são 120 dias. A receita pode ser emitida tanto por um profissional do SUS quanto por um médico que atende em hospitais ou clínicas privadas.

Ao perceber algum dos sintomas indicados, é indicado que a pessoa procure a UBS mais próxima de sua residência. Após a realização dos primeiros atendimentos e da avaliação do caso, aqueles de alto e muito alto risco são encaminhados as atenções secundárias ou especializadas. Todas as 175 UBSs do Distrito Federal formam uma rede de apoio social e realizam o atendimento completo para casos de hipertensão, com diagnóstico e tratamento inicial, por meio das equipes de Saúde da Família.

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