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Brasil

Amazônia tem recorde de desmatamento para janeiro; perda equivale a 430 campos de futebol

A devastação de janeiro, conforme os dados, representa a maior área perdida desde 2016, quando foram iniciadas as medições

Redação Jornal de Brasília

11/02/2022 9h41

Foto: Banco de imagens

A Amazônia volta a registrar número recorde de desmatamento. Entre os dias 1ºe 31 de janeiro, 430 quilômetros quadrados de floresta nativa foram desmatados. É o mesmo que abrir 430 campos de futebol na mata em apenas um mês. São dados oficiais, coletados pelo sistema de satélite Deter, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

O volume representa um aumento explosivo em relação ao mesmo período do ano passado, com alta de 418% ante janeiro de 2021, embora tenha chovido mais na região este ano. A devastação de janeiro, conforme os dados, representa a maior área perdida desde 2016, quando foram iniciadas as medições pelo sistema Deter-B. Os alertas de desmatamento recebidos pelo Inpe se concentram, principalmente, nos Estados de Mato Grosso, Rondônia e Pará.

A porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, Cristiane Mazzetti, afirma que os estímulos para o desmatamento da região são evidentes, principalmente na gestão Jair Bolsonaro, fazendo com que meses de menor devastação – como janeiro, período chuvoso na região amazônica, – registrem altos índices de desmate. A política ambiental do governo tem sido criticada no Brasil e no exterior, diante dos seguidos aumentos da devastação e dos incêndios no bioma.

“Esse é um momento de ouro para quem desmata e/ou rouba terras públicas, já que existe uma falta proposital de fiscalização ambiental e expectativa de alteração na legislação para regularizar a invasão de terras públicas”, diz Mazzetti. Segundo análise do Greenpeace Brasil, 22,5% da área com alertas de desmatamento entre 1º e 21 de janeiro deste ano se concentrou nas florestas públicas não destinadas, alvo frequente de grilagem de terras.

A devastação da Amazônia verificada em três anos de gestão Bolsonaro cresceu em níveis alarmantes, como mostrou levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e divulgado na semana passada. Relatório da instituição publicado mostra que o desmatamento no bioma foi 56,6% maior entre agosto de 2018 e julho do ano passado que no mesmo período de 2015 a 2018.

Os aumentos consecutivos desde 2018 são resultado do enfraquecimento de órgãos de fiscalização e, portanto, pela falta de punição a crimes ambientais, bem como pela redução significativa de ações imediatas de combate e controle e pelos retrocessos legislativos. O governo recorrer a ações militares na floresta sob o argumento de que ajudariam a reduzir crimes ambientais, mas .

Conforme o relatório, 51% do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, sendo 83% dessas ações em áreas de domínio federal. Em termos absolutos, as chamadas Florestas Públicas Não Destinadas foram as mais atingidas: tiveram alta de 85% na área desmatada, passando de 1.743 km² derrubados anualmente para mais de 3.228 km². No último ano, essa categoria de floresta pública concentrou um terço de todo o desmatamento no bioma.

Estadão Conteúdo

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