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Brasil

Alvo da PF, deputada é suspeita de ligação com milícia no Rio

Agentes cumpriram oito mandados de busca e apreensão, no gabinete de Lucinha na Assembleia Legislativa

Redação Jornal de Brasília

18/12/2023 20h55

A Polícia Federal e o Ministério Público do Rio de Janeiro abriram nesta segunda, 18, uma operação que investiga a deputada estadual Lúcia Helena Pinto de Barros, a Lucinha (PSD), suspeita de atuar em favor de uma milícia da zona oeste da capital fluminense. Lucinha foi afastada do cargo por ordem do Tribunal de Justiça do Estado.

De acordo com os investigadores, a operação deflagrada ontem recebeu o nome de “Batismo” porque líderes da milícia se referiam à parlamentar como “madrinha”. A ofensiva foi um desdobramento da Operação Dinastia, aberta em agosto do ano passado.

Agentes cumpriram oito mandados de busca e apreensão, no gabinete de Lucinha na Assembleia Legislativa e em endereços nos bairros de Campo de Grande, Santa Cruz e Inhoaíba, na zona oeste Além do afastamento da parlamentar das funções, o Tribunal de Justiça do Rio proibiu a deputada de manter contato com outros investigados e de frequentar a Assembleia.

A Operação Batismo mira também uma assessora de Lucinha. A PF aponta indícios da “participação ativa” de ambas nas atividades da milícia, “especialmente na articulação política em órgãos públicos visando atender os interesses do grupo, investigado por organização criminosa, tráfico de armas de fogo e munições, homicídios, extorsão e corrupção”. A defesa de Lucinha não foi localizada pela reportagem.

Quem é

Carioca criada na zona oeste do Rio, a deputada Lucinha, de 63 anos, construiu sua carreira política com base no voto de redutos controlados por grupos paramilitares.

A influência política de Lucinha na zona oeste do Rio remonta à década de 1980. Ela começou a carreira pública como ativista do Movimento Popular Organizado. Da atuação em ações comunitárias partiu para a política tradicional. Foi uma das fundadoras do braço do Partido Democrático Brasileiro (PDT) no Rio.

Antes de se candidatar a um cargo eletivo, Lucinha foi diretora de Habitação da Federação das Associações de Moradores do Estado do Rio de Janeiro (Famerj), no início dos anos 1990. A liderança comunitária a alçou para sua primeira eleição. Disputou a Câmara Municipal do Rio em 1996 e foi eleita vereadora pela primeira vez pelo PSDB.

Mandatos

Reeleita em 2000, presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da máfia do IPTU, que resultou na demissão de fiscais. Em 2004, foi eleita para o terceiro mandato na Casa, como a segunda vereadora mais votada da cidade, com quase 70 mil votos, dos quais 60 mil na zona oeste. Em 2008, foi a vereadora mais votada do Rio. Elegeu-se deputada estadual em 2010.

Lucinha passou boa parte da vida pública no PSDB. No ano passado, migrou para o PSD.

Estadão Conteúdo

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