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Brasil

A luta de Luiza Brunet contra o tráfico humano

Em Nova York, a empresária e ativista engaja em ações de conscientização sobre o tráfico humano

Redação Jornal de Brasília

23/12/2021 0h30

Por Luciana Costa
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A empresária, atriz e modelo brasileira Luíza Brunet engaja em campanhas e movimentos de conscientização do tráfico humano no Brasil para o exterior. Recentemente, Brunet voluntariou-se no Hope for Justice Foundation, organização sem fins lucrativos que ampara as vítimas de tráfico humano, pela qual participou de um evento imersivo em favor da construção de um abrigo que ampara aqueles que fugiram ou foram resgatados de cativeiros.

O tráfico humano escraviza as crianças, adolescentes, mulheres que são enganadas e vendidas como um objeto...

Luiza Brunet

Conhecer a realidade das vítimas, mulheres e homens de diferentes idades, impactou profundamente a ativista. “O tráfico humano escraviza as crianças, adolescentes, mulheres que são enganadas e vendidas como um objeto. É o maior mal da sociedade que pode atingir a vida de alguém, sem sombra de dúvida”, aponta Luíza.

Pesquisas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Fundação Walk Free, em parceria com a Organização Internacional para Migração (OIM), mostram que mais de 40 milhões de pessoas em todo o mundo foram vítimas da escravidão moderna em 2016, revelando a verdadeira escala da escravidão moderna em todo o mundo. Estima-se que a indústria do tráfico atinge lucros maiores que US$ 150 bilhões por ano.

O número tende a aumentar ano após ano, afinal as estatísticas refletem apenas os casos reportados pelas vítimas, de forma que os casos ainda não detectados podem representar apenas uma quantidade ainda maior. Reconhecida por seu ativismo pela causa feministas, Luíza Brunet afirma que o tráfico humano também faz parte da pirâmide da violência contra a mulher. “Apenas 10% das vítimas denunciam, os 90% não faz ou por medo do aliciador ou por dependência financeira e emocional”, esclarece ela.

Segundo o Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) em 2018, a maioria das vítimas são mulheres e meninas, recorte que chega a 72% dos casos. Os outros 21% são homens e 7% meninos.

O relatório mostra que 83% são das mulheres são traficadas com fins de exploração sexual, 13% para trabalho forçado e 4% para outras finalidades. Já entre os homens, 82% são traficados para trabalhos forçados, 10% com fins de exploração sexual, 1% para remoção de órgãos e 7% para outros objetivos.

As pessoas retiradas de sua cidade e até mesmo do país perdem a mobilidade e a liberdade de escapar da situação de exploração sexual ou laboral do confinamento para remoção dos órgãos, pele e membros. “A característica emocional do ser humano traficado é perder identidade por serem reduzidos a um objeto, inclusive extremamente valoroso”, afirma Brunet. No Brasil, há muitos casos de tráfico humano na fronteira com a Venezuela, além dos crimes de xenofobia. Luíza Brunet relata que “existem casos de tráfico de órgãos e humanos devido à esta questão imigratória que vivemos hoje”.

No evento imersivo de dez dias da Hope For Justice Foundation, a ativista conheceu mulheres que foram vítimas do tráfico humano. Para o Jornal de Brasília, Brunet não conteve emoção ao compartilhar alguns relatos que ouviu das próprias vítimas. “Uma brasileira, menina de origem humilde, do interior e com família estruturada, veio traficada para os Estados Unidos. Ela precisava trabalhar e apareceu um aliciador, oferecendo emprego e dinheiro para a família dela, a levou para os EUA. Ela era virgem… a virgindade dela foi leiloada!”, desabafou a ativista.

Ela reforça a importância de campanhas de conscientização sobre este assunto, ação pela qual Luíza comprometeu-se a lutar e engajar a fim de que informar e evitar que mais mulheres e meninas sejam aliciadas pelo tráfico. “Para ter uma sociedade mais igualitária e mais justa, é nosso papel se envolver. Eu não vejo sentido em ter uma casa maravilhosa, enquanto do lado de fora tem crianças passando fome, sendo violadas”, contou Luíza Brunet.

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