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Bares e restaurantes do DF assinam documento para exigir comprovante vacinal de clientes

Cem estabelecimentos assinaram um abaixo-assinado para exigir o “passaporte da vacina” de frequentadores. Intenção é pressionar a imunização de não-vacinados e garantir a segurança de frequentadores

Redação Jornal de Brasília

01/02/2022 16h18

Ao todo, 100 estabelecimentos assinaram o documento, que pretende estabelecer a exigência de comprovantes vacinais para os frequentadores dos espaços. Foto: Divulgação/DF Legal

Gabriel de Sousa
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Foi criado por empreendedores do ramo gastronômico e de eventos, um abaixo-assinado com assinaturas de representantes de bares, restaurantes e movimentos culturais do DF. Ao todo, 100 estabelecimentos assinaram o documento, que pretende estabelecer a exigência de comprovantes vacinais para os frequentadores dos espaços. O documento estará aberto para assinaturas online em breve, e deve ser enviado para o governador Ibaneis Rocha (MDB) na semana que vem.

O movimento, chamado “Manifesto pelo Passaporte da Vacina”, defende que a medida sanitária irá reforçar a segurança daqueles que frequentam os estabelecimentos gastronômicos e de eventos. No documento, os organizadores afirmam que a adoção do passaporte vacinal irá “aumentar a sensação de segurança dos clientes quando frequentam os empreendimentos”.

“No momento que chegar nas nossas mãos, nós vamos analisar e encaminhar aos órgãos de saúde. No meu ponto de vista, eu sou contrário. Eu já disse isso várias vezes, e continuo repetindo”, afirmou o governador do DF, Ibaneis Rocha.

Os signatários do manifesto também pedem que o Governo do Distrito Federal realize reuniões periódicas com a presença do Comitê Científico e com os empreendedores. O objetivo, segundo o documento, é que “os empresários, artistas e produtores culturais saibam com antecedência as exigências do Governo para o setor, garantindo um mínimo de previsibilidade diante das medidas que afetarão o comércio e o setor cultural”.

A formulação do documento é liderada pelo deputado Fábio Félix (PSOL/DF), presidente da Comissão Especial da Vacina. Em entrevista para o Jornal de Brasília, o parlamentar explicou que os empreendedores do ramo não são incluídos nas discussões sobre o combate ao coronavírus no DF. “O setor tem se sentido muito descoberto por parte do governo. Seja por auxílio a ajuda econômica, seja também na discussão das medidas sanitárias que o governo vem tomando em relação a covid”, afirma.

Félix lembrou que a grande maioria dos pacientes que estão internados nos leitos de hospitais da rede pública e privada da capital federal, são pessoas que ainda não se vacinaram contra a covid. A medida do setor gastronômico e de eventos, segundo ele, pode auxiliar no convencimento dos não-vacinados, que ainda não se imunizaram contra a doença: “O manifesto é um gesto de muita preocupação, porque é preciso pressionar as pessoas para que elas se vacinem”.

Sindicato se opõe à exigência de passaporte

O documento assinado pelos estabelecimentos, porém, não representa uma opinião única do setor. O Sindicato Patronal de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar) e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), se opõem à exigência do comprovante vacinal para os clientes.

Segundo os órgãos, a exigência do passaporte não é uma medida efetiva para o combate da transmissão da doença no Distrito Federal. “Dá uma falsa segurança para quem tomou a vacina de que não pode transmitir a doença, além de criar a responsabilidade da fiscalização na entrada dos estabelecimentos”, afirmam as entidades em uma nota enviada para o Jornal de Brasília.

O presidente da Abrasel-DF, Beto Pinheiro, comenta que o que deve ser seguido pelos estabelecimentos é a adoção dos protocolos de máscara e o distanciamento social. Sobre o passaporte vacinal, Pinheiro explica que a medida não fará com que o público vacinado deixe de se infectar pelo coronavírus. “O fato de as pessoas terem tomado as duas doses da vacina, não impede que estas pessoas possam se contaminar e transmitir o vírus, só minimiza os sintomas e evita as complicações da doença”, observa.

Já Jael Silva, presidente do Sindhobar, levanta a questão de ser criada uma nova responsabilidade para os empresários do setor. Segundo ele, os empreendedores terão agora que fiscalizar, e ainda lidar com possíveis conflitos ocasionados pela exigência para. “Como proceder no caso de um cliente se recusar a apresentar o passaporte? Se tiver tumulto, acionamos a polícia? Estamos certos de que as medidas de segurança adotadas em nossos estabelecimentos é o que tem se mostrado mais efetivo ao enfrentamento da covid, e não podemos afrouxar nesses protocolos”, comenta o líder sindical.

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