Um homem trans de 25 anos denuncia ter sido vítima de transfobia durante uma revista para entrar no estádio Mineirão, em Belo Horizonte, para o jogo do Atlético-MG contra o Athletico, pelo Campeonato Brasileiro, no último fim de semana.
Ele afirmou que o funcionário resolveu chamar o supervisor. Ao chegar na área de revista, o supervisor também negou a autorização e disse que precisava falar com outra pessoa.
Lucas disse que depois de um tempo conversando com o militar, o segurança fez a revista, e ele conseguiu entrar no estádio, momento que registrou o boletim.
“Sempre vou ao Mineirão e já tive outros problemas para entrar, mas sempre consigo. Dessa vez foi com essa ofensa, com a minha mãe perto. Foi humilhante”, finalizou.
Versão do supervisor
Conforme o registro policial, o supervisor contou que Lucas se aproximou da linha de busca, no setor Norte, para passar pela revista alegando ser transgênero. Segundo o funcionário, “por ter aparência feminina esta busca não foi realizada inicialmente”, uma vez que ele deveria ter orientação da coordenação.
Ainda conforme o homem, o coordenador teria afirmado que a busca tinha que ser no setor feminino, momento em que Lucas não aceitou e acionou a polícia.
Segundo o supervisor, após a busca ser realizada, ele foi ofendido com palavras de baixo calão por familiares do torcedor. Os parentes teriam chamado o funcionário de “palhaço, retardado e homofóbico”. Lucas também teria o chamado de homofóbico e realizado uma filmagem sem autorização.
O que diz o Mineirão e a Polícia Civil
A assessoria de imprensa do Mineirão informou que “lamenta e repudia qualquer ato de LGBTfobia que porventura aconteça dentro de seus limites, que está apurando o caso e que se coloca à disposição das autoridades policiais para as investigações”.
A Polícia Civil informou que apura os fatos.