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Soldada ameaçada de estupro e morte por superior desabafa

“Quanto mais pessoas souberem disso, quanto mais eu aparecer, acho que até mais protegida eu fico. Estarei mais resguardada”, contou a vítima

Redação Jornal de Brasília

30/04/2021 8h32

Foto: Reprodução

A soldado Jéssica Paulo do Nascimento, de 28 anos, falou sobre as ameaças que sofreu de seu superior, um tenente-coronel da Polícia Militar de São Paulo. A militar contou que falar abertamente sobre o caso a mantém segura. No início de abril, a vítima denunciou que sofreu ameaças de estupro e morte. Ao vir a público, Jéssica também pretende incentivar outras vítimas de violência a denunciarem seus agressores. As informações são do Portal G1.

“Quanto mais pessoas souberem disso, quanto mais eu aparecer, acho que até mais protegida eu fico. Estarei mais resguardada”, diz. “É difícil demais [denunciar], ainda mais pra gente que é mulher”.

“Tive dois anos e meio para refletir sobre isso [denunciar publicamente]. No começo, ele estava prejudicando a minha vida, mas chegou em um momento que ele começou a me ameaçar de morte. Então, o negócio começou a ficar muito grave. Eu não tive mais escolha. Nunca quis prejudicar ninguém”, desabafa.

“Foi uma questão de me proteger. Eu jogando na mídia, a chance de ele me fazer alguma coisa reduz”.

Jéssica atua na corporação desde 2013 e começou a ter problemas com o tenente-coronel Cássio Novaes em 2018, após uma tentativa frustrada dele, de chamá-la para sair.

“Em um momento em que a gente ficou um pouco sozinho, ele assim veio em uma total liberdade, uma intimidade. Mas a gente nunca tinha se visto, né? E me chamou para sair na cara dura”, relembra.

Atualmente, ela está alocada no 45° Batalhão da Polícia Militar do Interior (BPM/I), em Praia Grande, no litoral de São Paulo.

Desde a primeira investida do tenente-coronel, Jéssica contou que tem sofrido com ameaças por áudio, humilhação em frente aos seus colegas e até mesmo sabotagem. A vítima relatou que chegou a ficar dois anos afastada do trabalho para evitar contato com o investigado.

Após o término da licença, o comandante também teria prometido sustentar os filhos da soldado, dar uma promoção para ela dentro da corporação e a transferência que ela queria para o litoral paulista. Além disso, ele passou a enviar áudios para a vítima, com ameaças de morte.

Em uma das falas, o comandante afirma que “não existe segredo entre dois, um tem que morrer” e “quem não tem problema na vida, está no cemitério”.

Após isso, o homem teria prometido que levaria a vítima ao Departamento Pessoal para pedir por uma transferência. No entanto, o DP estava fechado e ele planejava levá-la a um hotel.

Após essa sucessão de ameaças e assédios, a militar formalizou a denúncia contra o superior na Corregedoria da PM.

O investigado segue afastado do comando do batalhão, durante as investigações da Corregedoria da Polícia Militar. O caso segue sob sigilo.

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