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Riscos de ‘Diabão’ ter removido orelhas vão desde prejuízo na audição até infecções generalizadas

Nessa sexta-feira, especialistas alertam sobre o procedimento feito pelo Diabão, onde o mesmo decidiu retirar suas duas orelhas

Redação Jornal de Brasília

15/04/2022 7h34

Foto: Arquivo Pessoal

Nessa sexta-feira, 15, especialistas ouvidos pelo g1, alertam sobre o procedimento feito por Michel Praddo, conhecido por Diabão, onde o mesmo decidiu retirar suas duas orelhas. Michel e a esposa Carol Praddo, Mulher Demônia, moram em Praia Grande, litoral de São Paulo. Ambos são conhecidos nas redes sociais pelas modificações extremas realizadas no corpo.

Conforme o otorrinolaringologista, Vinicius Santos, remover as orelhas é um procedimento extremamente delicado, que oferece muitos riscos e pode levar a complicações, já que a função da orelha vai muito além da audição, ao contrário do que as pessoas costumam imaginar.

“A orelha pode ser dividida em três partes: orelha externa, orelha média e orelha interna. Ela possui a função de controle da audição, equalização de pressão entre meio externo e interno, localização espacial e equilíbrio”, esclarece.

Conheça os riscos da remoção:

  • O procedimento pode causar consequências à audição?

Segundo Vinícius, mesmo o corte sendo do lado externo, pode prejudicar a audição. “A lesão em questão envolve exclusivamente a parte externa da orelha, que é composta essencialmente por pele e tecido cartilaginoso. Pode, sim, causar consequências à audição, pois quando há mutilação desta parte, perdemos uma das vias de condução dos estímulos sonoros”, explica. Além de perder a audição, pode acontecer de a pessoa ter hipersensibilidade aos estímulos auditivos. “Um som que até então era tolerado passa a incomodar”.

  • Pode ocasionar outros problemas de saúde?

O especialista afirma que podem ocorrer complicações que se espalhem por todo o organismo. “Pode haver morte tecidual, alterações de sensibilidade na face, exposição da membrana do tímpano, paralisia facial, meningite, cicatrizes esteticamente desagradáveis e até mesmo complicações intracranianas. Dependendo da extensão das complicações que o procedimento causar, pode, inclusive, haver infecções que se espalhem para tecidos vizinhos, e até por todo o organismo”, frisa.

  • Quais as possíveis complicações na pele?

A cicatrização pode gerar danos mais graves do que queloides, por exemplo. O otorrino cita o risco de necrosar, infeccionar, sangrar, formar abscessos, cicatrizar de maneira inadequada e, também, gerar a obstrução do conduto auditivo externo.

  • É mais propício a ter infecção de ouvido?

O médico diz que sim, e ainda acrescenta haver maiores chances de o tímpano ser perfurado. “O trajeto do conduto auditivo termina na membrana timpânica, tornando o ouvido mais suscetível as infecções e perfuração do tímpano”.

  • Alguma orientação a quem quer realizar um procedimento igual? Quando é recomendado?

O especialista afirma que a orientação é que esse procedimento não seja realizado, pois, envolve diversos riscos. Porém, ele pontua alguns conselhos. “A indicação é extremamente restrita, quando há presença de lesões malignas. E deve ser realizado por profissional médico habilitado, em centro cirúrgico e com materiais adequados e devidamente higienizados, conforme protocolos cirúrgicos”, finaliza.

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