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Por meio de carta, menina denuncia padrinho de estupro

A adolescente foi estuprada na residência do padrinho. A mãe disse que, por conta do trabalho, desde quando nasceu, a filha é deixada na casa dos padrinhos

Redação Jornal de Brasília

11/12/2019 17h56

Por meio de uma carta, a mãe de uma jovem descobriu que ela sofria abusos do padrinho durante anos. A carta era endereçada para uma colega de escola. A mãe da vítima registrou um boletim de ocorrência e a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) está investigando o caso. 

A mulher conta que descobriu a carta da filha, escrita à mão, dentro de uma bolsa. Ela diz que a adolescente foi estuprada na residência do padrinho, marido da irmã da mulher. Ela informou que, por conta do trabalho, desde quando nasceu, a filha é deixada na casa dos padrinhos.

“Ela sempre ficou lá. Por causa das viagens, geralmente ela ficava durante toda a semana na casa deles e, na sexta-feira, eu a buscava, para ficar conosco, com o pai e o irmão dela. Eu deixava ela na casa da minha irmã. Eles eram os padrinhos dela. Ele era como se fosse o segundo pai para ela, que viu minha filha crescer”, disse a mãe da vítima ao G1. 

A carta

“Amiga, eu não aguento mais! Eu te disse naquele dia que o abuso aconteceu só quando eu era criança, mas não foi, não. Esse ano todo, eu sofri com esse monstro que é o meu ‘padrinho’ e eu não consigo mandar ele parar por medo de ele machucar o meu irmão. Eu sofri esse tempo todo calada, sem coragem de contar para alguém, até que decidi falar para ti”, desabafou a adolescente. 

Ela disse que decidiu se pronunciar porque não aguentava mais sofrer. “Eu já não aguentava mais, amiga. Eu não quero mais sofrer. A única vez que não sofro é quando estou com minha mãe, quando estou longe daquele monstro”.

A mãe da jovem  decidiu, então, conversar com a filha, que confirmou tudo o que estava escrito. “Eu a chamei para conversar no quarto e ela, ao me abraçar, chorando, me disse que tudo era verdade. Eu pensei que ele tinha tocado nela, mas não que tinha consumado o ato”.  Ela foi levada para uma ginecologista e, no laudo médico, ficaram comprovados sinais recentes de relações sexuais. “Minha filha tem 14 anos, na época, tinha 13, mas é uma criança. Ela nem havia menstruado ainda. É uma menina que só ia da escola para casa e vice-versa”, disse a mãe.

Ao reportar o caso para a irmã, a mulher afirmou que, apesar de ter acatado a denúncia, a irmã ainda continua morando com o suspeito. “Ela ficou triste quando eu falei para ela sobre o caso, cheguei a conversar nos dias seguintes, até aconselhando-a. Mas, depois de um tempo, não falei mais com ela. Eu acreditava que quando todo mundo soubesse, ninguém iria apoiar mais ele. Ela disse que tem vergonha de mim e da minha família por causa de tudo o que aconteceu, mas quem deveria ter vergonha é ele. Para mim, ele não é mais nada da minha filha. Ele é um monstro!”

Após a denúncia, segundo o G1, apenas a vítima e as amigas prestaram depoimento. Por meio de nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) afirmou que inquérito policial foi instaurado na Delegacia Municipal de Ubajara para que o caso de estupro de vulnerável seja investigado. O órgão informou ainda que A Polícia Civil enviará o inquérito ao Poder Judiciário.

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