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Pessoas aguardam por distribuição de alimento “tô desde ontem sem comer nada”

Trabalhadores informais foram afetados pela quarentena no Rio de Janeiro

Redação Jornal de Brasília

27/03/2020 9h23

Pessoas que trabalham na informalidade foram as mais afetadas pela quarentena. Sem uma forma para garantir a subsistência, muitos contam apenas com a ajuda de doações. O Movimento Único dos Camelôs fez uma ação social e entregou cem cestas básicas no Rio de Janeiro. Além dos camelôs, muitos catadores também tentavam conseguir alimentos para a família.

Um dos homens que tentava garantir o sustento da sua família relatou que foi fazer hemodiálise de estomago vazio. “Até agora eu só arrumei duas quentinhas e um litro de água. Tô tentando pegar uma cesta básica pra levar pra casa. Eu tô desde ontem sem comer nada. Vim fazer hemodiálise de estômago vazio. Eu acho que isso não é justo”, relatou ele ao Portal G1.

“Olha como é que tá aí. Cheio de gente com criança, passando necessidade. [O governo] falando que tem que ficar três meses dentro de casa. Como é que a gente vai ficar três meses dentro de casa sem direito de defesa. A gente vai comer o que? Nossos filhos vão comer o que? Pedra?”, disse outro homem que aguardava na fila.

O governador Wilson Witzel disse que o estado vive um ‘caos financeiro’. Witzel também afirmou, nessa quinta-feira (26), que cabe ao governo federal retomar a economia.

“Se o governo federal, até segunda-feira, não apresentar algo que dê esperança para que as pessoas possam saber que não vão morrer de fome e não vão ter um cataclismo nas suas vidas, vai ser muito difícil continuar com essas medidas protetivas, porque nós não podemos brigar e pedir para as pessoas ficarem em casa”, destacou Witzel.
“O estado vem cumprindo seu papel, que é priorizar os investimentos em saúde durante a pandemia. A retomada da economia, no entanto, precisará contar com recursos da União”, reforçou Witzel.

E completou: “A preparação do Rio de Janeiro para enfrentar a doença foi feita. Fizemos o dever de casa no ajuste fiscal. Agora, volto aqui a dizer. Nós vamos avaliar até segunda-feira o comportamento do governo federal. Todos os governadores. Nós não podemos manter a economia parada se o governo federal não tomar as medidas que tem que ser tomadas. Não podemos pedir para autônomos, pequenos empresários, empresas ficarem paralisadas se não houver uma sinalização imediata do ministro Paulo Guedes que ele vai colocar pelo menos R$ 500 bilhões na economia, que é a cifra que nós mais ou menos imaginamos que deve ser colocada na economia”.

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