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Os gafanhotos estão acabando com a comida do Quênia, entenda

Mais de doze milhões de pessoa já sofrem com a escassez de comida na Etiópia, no Quênia e na Somália. 

Redação Jornal de Brasília

04/03/2020 18h53

Uma mancha escura e densa começou a bloquear o céu durante o dia. As pessoas de uma aldeia pastoral em Wamba, no Quênia, acharam que fosse uma nuvem de chuva, bem-vindas para refrescar. 

Mas a espera pela chuva se tornou em horror quando descobriram que na verdade o borrão se mostrou um exército de gafanhotos-do-deserto, que já vem deixando causando estragos pelo país desde o final de dezembro. 

Joseph Katone Leparole, que viveu boa parte de seus 68 anos em Wamba, descreveu o que viu. “Parecia que um guarda-chuva tinha coberto o céu inteiro”.

Quando a nuvem de insetos pousou a comunidade rapidamente reagiu. Usou paus, panelas e os braços para espantar os animais enquanto se protegiam dos insetos que voavam. 

Para Leparole foi uma grande aflição “As vacas e os camelos não conseguiam ver para onde corriam. Foi uma aflição só” revelou.Na escola, as crianças gritavam e até os animais entraram em pânico. 

Para piorar a situação, não houve alerta de que os gafanhotos estavam chegando. Leparole, enquanto tentava se livrar dos animais, lembrou das histórias de seus pais sobre as pragas que passavam na região. “Pois o que era lenda se tornou realidade”.

O Quênia enfrenta a pior infestação do deserto dos últimos 70 anos. A infestação se espalhou por parte do Chifre e invadiu o oeste africano. A nuvem acabou com os pastos e as plantações na Somália e na Etiópia, varreram o Sudão do Sul, Djibuti, Uganda e Tanzânia.

Essas nuvens chegam a contar com 80 milhões de animais por quilômetro quadrado. Diariamente as pragas consomem o alimento de cerca de 25 mil pessoas. 

Segundo as autoridades locais a infestação representa uma ameaça à segurança alimentar, inviabiliza o crescimento econômico e, se não for controlada logo, pode agravar os conflitos comunitários em relação às pastagens.

Mais de doze milhões de pessoa já sofrem com a escassez de comida na Etiópia, no Quênia e na Somália. 

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