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Marta Sobral cita preconceito na era de ouro da Seleção Feminina de Basquete

“A gente sabia que existia um preconceito. As empresas, por exemplo, chamavam elas para fazer as campanhas e nós, as negras, não”, disse

Redação Jornal de Brasília

18/03/2022 9h51

Foto: Reprodução

A ex-atleta Marta Sobral jogou por muitos anos como titular da seleção feminina de basquete. Muito além disso, a jogadora conquistou títulos inéditos para o esporte brasileiro, tal como a medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos de Havana, em 1991, e a de prata nas Olímpiadas de Barcelona, em 1992. Ela jogou ao lado de Hortência e Paula, que também são suas amigas pessoais. Hoje, Marta reconhece que existia muita diferença no tratamento das estrelas do time e às outras jogadoras da equipe.

“A gente sabia que existia um preconceito. As empresas, por exemplo, sempre chamavam elas para fazer as campanhas e nós, as negras, não. Éramos 12 atletas, cinco titulares. Sei do meu valor. Não falo isso para desmerecer, elas têm o valor delas, mas eu sempre soube que a Paula e a Hortência ganhavam muito dinheiro, e a gente não. Eu fazia o meu contrato e achava que aquilo era suficiente para me manter, manter minha família. Nunca ganhei em dólar como elas ganharam, mas se elas conseguiram, parabéns”, disse Marta no canal Clube da Vip, no YouTube.

A ex-atleta retomará, em breve, com sua agenda de palestras motivacionais por todo o Brasil, com as quais se mantém, atualmente, financeiramente, aos 57 anos.

“A gente que vem da periferia tem história para contar… Não vejo muito espaço para as atletas negras depois que deixam o esporte. As portas só abriram para algumas”.

‘Playboy’

A jogadora também teve seu momento de musa do esporte.

Em 1991, no auge da carreira, Marta Sobral posou para a ‘Playboy’. No entanto, por não ter sido a capa da edição, seu ensaio era cercado de mistérios, que ela esclareceu:

“Eu estava com a Hortência num show da Maria Bethânia em São Paulo, e o Juca Kfouri (diretor da revista na época), me viu por lá e me fez o convite. Eu era muito cara de pau e faria até de graça. Mas desde o começo foi acertado que eu não seria a capa, que seria um ensaio interno. Juca queria logo para aquela edição para aproveitar minha popularidade naquele momento”.

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