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Manifestação será realizada em repúdio à livraria flutuante que disse que Salvador é famosa por ‘crença em demônios’

Grupo de defesa das religiões de matriz africanas realizará um ebó (oferenda das religiões de matriz africana) próximo ao navio

Redação Jornal de Brasília

01/11/2019 10h53

Da redação
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Um grupo de defesa das religiões de matriz africana realizará um ebó (oferenda das religiões de matrizes africanas) coletivo nesta segunda-feira (4), como forma de repúdio a declaração da organização responsável pelo navio Logos Hope, considerado a maior livraria flutuante do mundo. Antes de embarcar para Salvador-BA, a organização pediu orações e disse que a capital baiana é conhecida pela crença das pessoas em espíritos e demônios. 

O ato, batizado de “O demônio quem traz são vocês! A Bahia é de todos os Santos, encantos e Orixás!”, está marcado para ser realizado das 10h às 19h, no Terminal da França, próximo ao porto onde o Logos Hope está atracado. 

O navio chegou a Salvador no dia 24 de outubro e aberto para visitação no dia 25. Dois dias antes, a organização internacional cristã Good Books for All Ships, responsável pelo Logos Hope, fez uma publicação nas redes sociais pedindo orações aos seguidores ao anunciar o atracamento na capital. 

“Rezem por um embarque seguro e por uma navegação de dois dias direto para Salvador. Rezem por proteção, força e sabedoria para os tripulantes durante a estadia do navio em Salvador – uma cidade conhecida pela crença das pessoas em espíritos e demônios. Rezem para a equipe de eventos, que se prepara para um novo porto, e que Deus possa ser glorificado ao longo de cada um dos eventos que virão”, dizia o texto.

Por conta disso,  a Frente Nacional Makota Valdina resolveu fazer o ebó coletivo como protesto, e informou que a oferenda representa “determinação de lutar pela vida e dignidade do povo negro e das religiões de matriz africana no Brasil”. 

O grupo convocou terreiros, igrejas, organizações e instituições que trabalham no combate ao ódio religioso para participarem da cerimônia. Depois da repercussão negativa, a organização do Logos Hope apagou a postagem nas redes sociais. 

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) anunciou, no dia 25 deste mês, que vai investigar a discriminação religiosa por parte da organização internacional cristã Good Books for All Ships, responsável pelo navio.

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