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Laranja e limão com mel não previnem contra novo coronavírus

Um boato que circula no Facebook afirma que é possível prevenir a covid-19 chupando duas laranjas por dia e bebendo duas xícaras com dois limões espremidos e um “dedo” de mel

Redação Jornal de Brasília

01/06/2020 16h51

Um boato que circula no Facebook afirma que é possível prevenir a covid-19 chupando duas laranjas por dia e bebendo duas xícaras com dois limões espremidos e um “dedo” de mel. A postagem ainda indica para pessoas com sintomas de febre e dores no corpo o uso de azitromicina é o suficiente. Ambas recomendações não têm eficácia comprovada.

O infectologista do Instituto Emílio Ribas Francisco Ivanildo explica que a fórmula não é boa nem mesmo contra gripe comum. Segundo ele, não há evidência científica de que a receita funcione. “Minha orientação como infectologista é que isso não deve ser seguido, muito menos com a utilização da azitromicina. A azitromicina é um antibiótico, uma indicação prescrita para tratamentos causados por bactérias, o que não é o caso da covid-19, que é causada por um vírus”, afirmou o especialista.


As maneiras mais eficazes de proteção contra o vírus são limpar frequentemente as mãos, cobrir a boca com a parte interior do cotovelo ou lenço quando for tossir e manter uma distância de pelo menos um metro das pessoas que estão tossindo ou espirrando. A azitromicina não deve ser tomada sem prescrição médica.

Na página criada pelo Ministério da Saúde para desmentir notícias falsas sobre saúde, as autoridades de saúde explicam que não há nenhum medicamento, substância, vitamina, alimento específico ou vacina que possa prevenir a infecção pelo coronavírus. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também declara que não existe nenhuma vacina ou medicamento antiviral para prevenir ou tratar a covid-19. “Atualmente, estão sendo investigadas possíveis vacinas e alguns tratamentos medicamentos específicos, com testes através de ensaios clínicos”, declara a entidade.

Francisco também comentou sobre outras falsas receitas que tem circulado nas redes sociais, argumentando que há uma ansiedade por uma cura imediata. “Isso faz com que se tomem como verdadeiras receitas do tipo ‘gargarejo com água morna’ ou ‘lavar o nariz com água morna’, coisas que se você se der um pouquinho mais de trabalho de procurar na internet ou de conversar com um profissional de saúde vai chegar à conclusão de que não funcionam”, disse o infectologista.

Há três semanas o Estadão Verifica checou um boato que afirma que uma medicação caseira feita com alho, gengibre e limão foi responsável por curar o primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Nuno Nabian, do novo coronavírus.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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