A Justiça do Rio de Janeiro decidiu manter a prisão de David de Souza Miranda, suspeito de cometer um crime brutal em Senador Camará, Rio de Janeiro, no qual resultou na morte de duas crianças, incluindo sua própria filha. O acusado teria usado um martelo para cometer os assassinatos, além de torturar a ex-cunhada e tentar tirar sua vida. A tragédia culminou com a incineração de uma casa onde as três vítimas se encontravam.
Em uma audiência de custódia realizada na segunda-feira (25), o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) se manifestou a favor da manutenção da prisão de David e da conversão da prisão em flagrante para prisão preventiva, ou seja, por tempo indeterminado. O crime chocante ocorreu na noite de sexta-feira (22).
A defesa de David, representada pela Defensoria Pública, solicitou sua liberdade alegando que o suspeito teria sido vítima de agressão por parte de um policial civil durante sua prisão. Além disso, argumentou que David é réu primário, sofre de uma doença psiquiátrica e possui residência fixa. Foi solicitado também atendimento médico e transferência para um hospital de custódia.
No entanto, a juíza Rachel Assad da Cunha optou por converter a prisão em flagrante em prisão preventiva, rejeitando o pedido de liberdade. Ela ressaltou que a denúncia de agressão policial ainda não havia sido devidamente investigada. Além disso, não foram apresentadas provas conclusivas de residência fixa e de atividade laboral lícita por parte do acusado.
A magistrada enfatizou que outras testemunhas ainda não foram ouvidas no caso, o que significa que a libertação de David poderia representar uma ameaça ao processo legal, já que as testemunhas poderiam se sentir constrangidas ao saber que o autor de um crime tão grave estaria em liberdade no mesmo ambiente.
A juíza também mencionou a aparente “frieza e desequilíbrio emocional” do suspeito, ressaltando que sua filha adolescente, que foi testemunha de parte do crime, expressou temor em relação ao pai devido ao seu comportamento desequilibrado.