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Idosa morre enquanto aguardava por atendimento e Justiça multa filhos por culparem médico

Homem relatou que a mãe ficou infartada das 7:30 até as 15:00 agonizando em cima de uma maca

Redação Jornal de Brasília

07/12/2020 10h57

Os dois filhos de uma idosa, de 71 anos, que veio a óbito em um maca de hospital estão sendo processados por danos morais. Após perder a mãe, o casal de irmãos expuseram no Facebook o nome e o registro profissional do médico responsável pelo atendimento e o acusaram de assassinato. A Justiça Estadual de Mato Grosso determinou que os filhos da idosos pagassem a quantia de R$ 10 mil ao médico. O Portal UOL apurou o caso.

Em 11 de junho, dois dias após o falecimento de Maria do Carmo de Sousa Oliveira, o filho da idosa se manifestou nas redes sociais. O enfermeiro Evandro Oliveira, de 47 anos, relatou que a mãe ficou infartada das 7:30 até as 15:00 agonizando em cima de uma maca, viva e reclamando de fortes dores no tórax, braços, cabeça e estômago. Evandro afirmou ainda que pouco foi feito para reverter o quadro clínico da idosa.

“Hoje faz 13 dias que a NEGLIGÊNCIA de um médico irresponsável matou minha mãe! A justiça virá, principalmente a de Deus!
Evandro Oliveira, filho de vítima”, afirmou ele em outra postagem.

A irmã de Oliveira, a professora Edivânia de Sousa Oliveira Pazini, de 42 anos, afirmou que compartilhou algumas publicações do irmão e também está sendo processada.

A principal acusação dos filhos é que o médico “se negou a mandar a imagem do eletrocardiograma solicitada várias vezes pela regulação para que fosse agilizada uma vaga em hospital”.

Os irmão tiveram acesso à ficha com o atendimento de Maria do Carmo. O documento informa os horários em que a regulação pediu a imagem do eletrocardiograma: 8h22, 9h21 e 13h12. O óbito foi registrado às 14h32.

De acordo com o advogado David Frizzo, que representa o médico, a unidade onde seu cliente trabalha não possui qualquer meio de transmissão de informações, seja um scanner, seja um celular. Além disso, o celular pessoal dele ficou dentro do carro, para que o médico não fosse acusado de usar o aparelho durante o trabalho.

Após a publicação das acusações, o médico teria ficado “bastante abalado, em especial pelos comentários que sofreu na unidade de saúde” de pacientes e até de colegas de trabalho. Com isso, ele pediu para que o advogado processasse o casal de irmãos por danos morais.

No dia 30 de outubro, o juiz Fábio Ferreira de Souza, responsável pelo processo, afirmou que apesar “do direito de todos à livre manifestação do pensamento”, o uso “arbitrário do direito de opinião (…) deve ser sancionado”.

A Secretaria Municipal de Saúde informou por meio de nota que “as unidades de urgência e emergência dispunham de um aparelho celular exclusivo de uso dos servidores para contato com a Coordenadoria de Urgência e a Central de Regulação, sendo possível a utilização do mesmo para ligação ou envio de mensagens de texto e imagens”. “Todas as circunstâncias do atendimento estão sendo tratadas dentro do processo de sindicância aberto pela Secretaria Municipal de Saúde (…) que tem buscado investir na estruturação das unidades de saúde para suprir uma eventual necessidade de equipamentos que, em sua maioria, encontravam-se obsoletos”, afirma.

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