Menu
Na Hora H!

Homem trans deu à luz e agora luta para ser registrado como pai do filho e não como mãe

O jornalista também vive um dilema na Corte Suprema da Inglaterra ao ter um pedido de anonimato negado após omitir a existência de um documentário sobre sua vida

Redação Jornal de Brasília

17/07/2019 19h37

Atualizada 18/07/2019 8h00

Da Redação
[email protected]

O homem é o jornalista do veículo inglês The Guardian Freddy McConnell de 32 anos. Ele é um homem trans que deu à luz um bebê e quando foi registrar o bebê, em Londres, na Inglaterra, o funcionário do cartório disse que ele só poderia ser registrado como a mãe da criança, no entanto insistiu para ser registrado como pai na certidão de nascimento, mas não conseguiu.

Freddy entrou com uma ação contra o General Register Office, o escritório que administra os registros de nascimentos e mortes na Inglaterra e no País de Gales, relatando discriminação. Ele ainda teve sua identidade e a de seu filho protegidas por uma ordem de anonimato.

Mas o anonimato não durou muito, as organizações de mídia pediram que a ordem fosse suspensa, argumentando que McConnell não havia revelado a existência de um documentário chamado Seahorse, em que ele compartilha abertamente detalhes sobre a concepção, gravidez e nascimento de seu filho, usando seu nome verdadeiro.

Apesar de alertar que ele e seu filho poderiam ser vitimados e intimidados como resultado, o pedido de anonimato foi revogado.

A decisão do juiz Andrew McFarlane, presidente da Divisão de Família da Alta Corte Britânica, sobre se ele deve ser chamado de pai da criança é esperada para o final desta semana. Os advogados dizem que, se a alegação for bem-sucedida, a criança será a primeira pessoa nascida na Inglaterra e no País de Gales a não ter uma mãe legalmente. Outros homens trans deram à luz, mas foram registrados como mães nas certidões de nascimento.

Gestação

Freddy percebeu que era trans em 2010, aos 23 anos, em 2013  começou o tratamento com testosterona e em 2016 procurou aconselhamento de uma clínica de fertilidade para engravidar. Seu tratamento hormonal foi suspenso e o ciclo menstrual reiniciado. Ele engravidou em 2017 através de inseminação artificial usando esperma de um doador e antes de procurar a clínica de fertilidade, solicitou um certificado de reconhecimento de gênero, concedido antes de dar à luz, ou seja, isso significava que ele era legalmente homem quando seu filho nasceu.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado