Ana Estela de Sousa Pinto
Cinco dias antes de completar 117 anos, a mulher mais idosa da Europa se recuperou de Covid-19. Lucile Randon, que é freira e adotou o nome religioso de irmã Andrée, contraiu o coronavírus na residência de idosos em que mora, em Toulon (sudeste francês). Dos 88 moradores, 81 foram infectados e 10 morreram.
Cega e parcialmente surda, irmã Andrée é lúcida. Em uma entrevista no ano passado a uma rádio francesa, contou ter sofrido muito durante a Primeira Guerra Mundial, que começou quando ela tinha dez anos, e afirmou se lembrar dos dois irmãos voltando do front, um deles gravemente ferido.
Neta de um pastor protestante, Lucile se converteu ao catolicismo aos 27 anos. Trabalhou como governanta antes de entrar para um convento em 1944, aos 40 anos. Depois da Segunda Guerra Mundial, cuidou de idosos e de órfãos por 28 anos no Hospital de Vichy.
De acordo com o Grupo de Pesquisa Gerontológica, que atestou a sua idade, ela é a segunda mulher mais idosa do mundo, depois da japonesa Kane Tanaka, que nasceu em janeiro de 1903.
À mídia francesa, o porta-voz da casa de repouso, David Tavella, disse que a principal queixa da irmã Andrée durante o tempo em que esteve com Covid-19 foi “solidão”. Ela não teve sintomas, mas precisou ficar isolada em seu quarto desde 16 de janeiro, quando foi diagnosticada, até que seus testes para coronavírus voltassem a dar resultado negativo.
Depois de receber alta e ser liberada para deixar o quarto, a freira foi à missa.
As informações são da Folhapress