Menu
Na Hora H!

Empresário indiciado por abusar sexualmente de mulheres em provador de loja é preso

De acordo com a polícia, pelo menos cinco vítimas registraram ocorrência e, na internet, existem mais de 50 relatos de mulheres acusando o empresário. As vítimas são clientes, modelos e funcionárias da loja Ana Modas

Redação Jornal de Brasília

28/10/2022 10h24

Foto: Polícia Civil do Estado de São Paulo/ Reprodução

Um homem acusado de cometer crimes de estupro, estupro de vulnerável e importunação sexual contra mulheres dentro do provador da loja dele, em um shopping popular, no Centro de Belo Horizonte, foi preso em São Paulo, nesta quinta-feira (27). O empresário Cleidison dos Santos Fernandes, de 31 anos, era considerado foragido.

O homem foi indiciado pela polícia em março de 2021. Ele foi detido nesta quinta em Tatuapé, na Zona Leste da capital paulista.

Segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais da Polícia Civil de São Paulo (DEIC-SP), que realizou a prisão, o homem usava o nome de Wellington Oliveira para se manter no anonimato.

Ainda de acordo com a polícia, o empresário foi localizado após uma denúncia. A 5ª Delegacia de Patrimônio (Investigações sobre Roubo a Bancos), recebeu informações que um homem foragido da Justiça mineira estaria escondido em um edifício no bairro Tatuapé.

Os policiais foram ao local e efetuaram a prisão. O empresário acabou admitindo ser procurado, mas, ao chegar na delegacia, negou os crimes.

Entenda o caso


Cleidison responde na Justiça por uma acusação de abuso sexual. Além deste processo, o empresário é investigado pela Polícia Civil por outros casos. Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, as vítimas têm entre 18 e 29 anos, e os crimes começaram em 2017.

“Foram 14 vítimas que nos procuraram, e 11 foram consideradas para fins de indiciamento. Ele foi indiciado pelo crime de estupro por quatro vezes, por estupro de vulnerável – uma vez – e pelo crime de importunação sexual por cinco vezes”, disse a delegada Larissa Mascotte.

Além disso, ele foi indiciado pela contravenção penal de importunação ofensiva em 2017, antes de a importunação sexual ser considerada crime.

Na maior parte das vezes, os abusos aconteceram dentro do provador da loja Ana Modas, localizada em um shopping popular do centro de BH e que está fechada desde que as denúncias vieram à tona.

Nas redes sociais, mais de 50 mulheres compartilharam relatos de abusos sofridos tanto no interior do estabelecimento quanto na casa do homem. Entre as vítimas estão clientes, funcionárias e mulheres procuradas por ele para realização de parcerias com a loja.

Em 2020, a advogada que defendia Cleidison dos Santos Fernandes deixou o caso.

O primeiro registro


“Ele me puxou pela cintura diversas vezes, colocou a mão na minha bunda. Quando eu ia me afastando, ele puxou me cabelo”, disse a jovem que formalizou a primeira denúncia, em 2017.
No boletim de ocorrência da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) consta que a vítima, que tinha 18 anos à época, relatou que foi abusada pelo suspeito identificado como Cleidison dos Santos Fernandes, durante uma entrevista de emprego.

“Quando eu fui afastar, me beijou no braço, me deu uma mordida”, disse a designer de sobrancelhas, hoje com 22 anos.

À época, Cleidison prestou esclarecimentos sobre o fato denunciado. A Polícia Civil informou que realizou os procedimentos investigativos e remeteu o caso à Justiça. O caso foi encerrado por falta de provas.

“É importante ir até o fim com isso porque a justiça precisa ser feita, alguma coisa precisa ser feita. É muito triste, né? Ver que precisa desse movimento todo, que precisa de tantas mulheres serem abusadas, estupradas, para poder ser feita alguma coisa”, disse a jovem.

Mais de 50 relatos

O movimento de denúncias começou depois que uma adolescente publicou um relato na internet. A consultora financeira Maria Eduarda Amaral, de 21 anos, viu a postagem da amiga e decidiu compartilhá-la em solidariedade. A partir disso, mais de 50 mulheres relataram ter sido vítimas do mesmo homem.

Uma ex-funcionária da loja relatou à TV Globo, que só teve coragem de procurar a polícia depois de assistir ao vídeo publicado por Duda. A estudante, que hoje tem 24 anos, trabalhou com o suspeito durante três meses e relatou que sofreu o abuso em 2018.

Outra estudante, de 20 anos, contou ao g1 Minas que foi abusada dentro da loja, no começo de 2020, quando foi até lá para tirar fotos de divulgação de roupas.

“Coloquei o biquíni, ele abriu a cortina e começou a passar a mão em mim. Ele me imobilizou, segurou meus braços e começou a me beijar à força, com meus braços imobilizados para trás. Ele falou pra eu não gritar, mas eu gritei. Como tem outras lojas em volta, ele me soltou”, afirmou a vítima.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado