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Denúncias de maus-tratos em creche de Florianópolis: o que se sabe e o que falta saber

A PC e o MPSC investigam denúncias feitas por pais e ex-funcionários relacionadas a maus-tratos em uma creche particular de Florianópolis

Redação Jornal de Brasília

06/07/2022 12h50

Foto: NSC TV/ Reprodução

A Polícia Civil e o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) investigam denúncias feitas por pais e ex-funcionários relacionadas a maus-tratos em uma creche particular de Florianópolis.

Os relatos envolvem remédios de alunos jogados fora, agressões físicas de crianças com deficiência e regulagem de comida. A creche nega.

Entenda o caso

  • Quais são as denúncias?

Uma ex-professora, que não quis se identificar, disse que os alunos recebiam pouca comida e apanhavam em algumas situações. Ela também relatou que um menino que precisa tomar remédios contínuos teve os medicamentos jogados fora pela dona da creche. Outra criança, que possui uma deficiência, apanhou nua após fazer cocô na calça.

Essa ex-funcionária também disse que gravou um vídeo na creche em que uma mulher usa um cobertor para abafar o choro de uma bebê. Na gravação é possível ouvir xingamentos contra as crianças.

Outra funcionária da creche, que também não quis se identificar, relatou que as agressões feitas sempre pela mesma pessoa eram constantes.

A mesma funcionária conta que castigos, como deixar alunos sentados sozinhos por 15 minutos, ou trancá-los numa sala para chantagear, também eram recorrentes.

Pais de alunos ainda contaram que a comida cedida às crianças, prevista na mensalidade do local, era ofertada em quantidade insuficiente. Disseram que elas chegavam em casa com fome após passarem o dia na creche.

Eles acrescentam que mudanças nas atitudes das crianças estariam chamando a atenção. William Ribeiro, um dos pais que fez a denúncia, diz que o filho estaria mais agressivo em casa.

  • O que diz a creche?

A defesa da creche Bem Me Quer emitiu comunicado na terça-feira, 5. Em nota, afirmou que “não reconhece a validade das imagens divulgadas, declarando que fica a disposição para prestar eventuais esclarecimentos, informando não haver registros de eventuais irregularidades”.

  • O que aconteceu com a creche?

A creche suspendeu as atividades desde segunda-feira, 4.

  • Alguém foi preso?

Ninguém havia sido preso até a manhã desta quarta-feira, 6.

  • Quem está investigando?

A Polícia Civil abriu inquérito na segunda. A corporação informou que toma depoimentos nesta semana.

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) informou nesta terça-feira, 5, que instaurou uma notícia de fato e vai apurar as denúncias.

A Secretaria de Educação de Florianópolis disse em nota que recebeu as denúncias. Uma equipe tentou fazer uma vistoria na creche na terça, mas não foi possível, já que a unidade estava fechada. Dessa forma, a secretaria enviou um parecer à Polícia Civil, ao MPSC e ao Conselho Municipal de Educação.

  • Quando começaram as denúncias?

O Conselho Tutelar afirmou que, ainda no ano passado, já tinha recebido denúncias de maus-tratos sobre a creche, feitas por outra ex-professora.

Em dezembro, a unidade de ensino recebeu uma advertência do Conselho Tutelar. Esse documento dizia que a proprietária está advertida a não cometer nenhuma violência contra as crianças.

Segundo o Conselho Tutelar, nas vezes em que uma equipe esteve na creche, não houve flagrante de maus-tratos ou crianças machucadas, ou chorando muito. Foi feita uma inspeção em dezembro. A visita mais recente ocorreu em maio deste ano.

  • Que prejuízos crianças que sofrem maus-tratos podem ter?

A psicopedagoga Marlene Beckhauser alertou que situações de maus-tratos podem afetar a saúde mental da criança.

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