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Artista de Portugal faz ‘tapete de euros’ em crítica aos gastos públicos com visita do papa

Bordalo II espalhou um um tapete de representações gigantes de notas de 500 euros no altar onde o papa Francisco celebrará uma missa nesta semana

Redação Jornal de Brasília

31/07/2023 15h18

Foto: Reprodução/ Instagram

Enquanto Lisboa, a capital de Portugal, se prepara para receber um milhão de jovens católicos de todo o mundo que participarão da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), com o papa, que a visitará de 2 a 6 de agosto, um artista local fez uma crítica sobre a contribuição do poder público para os custos da organização do evento. Bordalo II espalhou um um tapete de representações gigantes de notas de 500 euros no altar onde o papa Francisco celebrará uma missa nesta semana.

A ação deliberadamente provocativa foi realizada na sexta-feira, 28, para criticar o País, que é um Estado laico, por gastar dinheiro para “patrocinar a viagem da multinacional italiana” enquanto “muitas pessoas lutam para manter as suas casas, os seus empregos e a sua dignidade”, explicou o artista nas redes sociais.

“Estou muito contente com o resultado porque conseguimos fazer barulho sobre um problema real”, disse Artur Bordalo à AFP no seu atelier em Lisboa, para onde levou o tapete de 20 metros.

“Me sinto vítima de uma injustiça como cidadão, como muitos de nós. Como artista, tenho a oportunidade de transmitir isso e de dar a minha voz a pessoas que compartilham desta mesma frustração e tristeza”, completou o artista, de 35 anos.

A questão do financiamento público desta atividade, em particular a construção do altar-pódio no local de um antigo lixão nas margens do rio Tejo, no subúrbio noroeste de Lisboa, suscitou polêmica no início do ano. A Igreja portuguesa precisou revisar o seu projeto e o custo do altar passou de 4,2 milhões de euros para pouco menos de 3 milhões de euros (R$ 21,8 milhões para R$ 15,6 milhões).

No total, a conta desta grande festa católica está avaliada em cerca de 160 milhões de euros (R$ 834,2 milhões). Aproximadamente metade é gerida pela Igreja, o resto é financiado pelo governo e pelos municípios de Lisboa, Loures e Oeiras.

Protesto teve resposta

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, respondeu ao protesto de Bordalo II e colocou um capacho no altar central da JMJ com a legenda “bem-vindo”. Ao ritmo da popular canção “One Love” de Bob Marley, o autarca avançou lentamente em direção ao altar montado no Parque do Tejo e colocou um tapete com a mensagem “Welcome” escrita em várias línguas, como consta do vídeo publicado no sua conta no Instagram. “Agora sim, o tapete está colocado. Todos são bem-vindos aqui”, acrescentou.

Estadão conteúdo

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