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Após implante nos dois ouvidos, criança escuta sons pela primeira vez

Foi a primeira vez que os dispositivos foram implantados de uma só vez nos dois ouvidos do paciente

Redação Jornal de Brasília

23/08/2022 10h20

Foto: Reprodução

Um cirurgia realizada no Recife deu esperança a uma criança que nasceu com surdez profunda. Submetido a um implante coclear bilateral, com a colocação de dispositivos eletrônicos nos dois ouvidos, Hendrew Alerrandro de Melo Santos conseguiu ouvir sons pela primeira vez, emocionando a família e a equipe médica.

De acordo com os médicos, o procedimento é considerado um marco na história do Instituto de Medicina Integral Fernando Figueira (Imip), na área central da cidade.

O menino nasceu em Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco. Com um mês de vida, após uma série de testes, recebeu o diagnóstico. Na ocasião, a notícia abalou muito os pais do garoto.

“A gente ficou desesperado, sem saber que ele não escutava a nossa voz. A gente ficou muito nervoso e achava que ele não ia conseguir falar”, disse Aline Lídia, mãe de Hendrew.

Após o diagnóstico, e passar por um primeiro médico em Caruaru, no Agreste, Hendrew chegou ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) no Recife, onde recebeu o primeiro sinal de esperança.

Os médicos disseram que seria possível realizar o implante de um dispositivo eletrônico que possibilitaria Hendrew ouvir sons.

O implante coclear é realizado no Imip desde 2008, gratuitamente, por meio do Sistema Único de Saúde (Sus). Por mês a instituição realizar cerca de 10 procedimentos deste tipo.

Em entrevista à TV Globo, o médico Aquiles Leal a cirurgia no menino foi um sucesso por causa de vários fatores.

“Nosso pequeno paciente foi diagnosticado logo após o nascimento, que é como deveria acontecer, através do teste da orelhinha, que é obrigatório em todo bebê. A audição em um bebê que nasce sem escutar, o tempo faz toda a diferença, quanto antes intervir, melhor o resultado”, disse.

Quando tinha oito meses, Hendrew passou por uma cirurgia para implantar a parte interna do dispositivo de seu ouvido. Após se recuperar da cicatrização, recebeu a parte externa do aparelho, possibilitando que ele começasse a ouvir os primeiros sons.

Equipe acompanha evolução

A evolução de Hendrew é acompanhada por uma equipe multidisciplinar, incluindo a fonoaudióloga Rita Fernandes, que reprograma o dispositivo, a partir da evolução relatada pela mãe do garoto.

Segundo os especialistas, tanto o diagnóstico quanto o implante precoce do dispositivo vão ajudar, inclusive, no desenvolvimento da fala de Hendrew.

“Os pacientes não falam porque eles não têm esse canal de entrada da audição. A partir do momento que a gente dá essa audição, eles têm toda a possibilidade de desenvolver a falar”, explicou a fonoaudióloga.

A cada dia, Hendrew se desenvolve e passa a ouvir e reagir às palavras de carinho da mãe, que está sempre atenta e dedicada ao processo do filho.

“Eu fiquei muito feliz em saber que deu certo, porque, no início, a gente fica sem muita esperança. Mas agora tudo ele é muito curioso, muito esperto tudo ele sai procurando o som e responde. É tudo novo, toda reação de Andrew para mim é uma coisa nova”, comentou Aline emocionada.

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