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Expectativa democrata de conquistar Senado nos EUA diminui cada vez mais

Nas eleições parlamentares de terça-feira, os democratas conseguiram manter sua maioria na Câmara dos Representantes, posicionando Nancy Pelosi por mais dois anos como líder desta câmara de 435 assentos

Marcus Eduardo Pereira

04/11/2020 20h50

A senadora republicana Susan Collins foi reeleita nesta quarta-feira (4) em seu estado natal no nordeste do Maine, reduzindo ainda mais as chances de os democratas recuperarem a maioria no Senado e augurando quatro anos difíceis em Washington se o Congresso continuar dividido, não importando quem seja o presidente.

Collins, às vezes crítica do presidente republicano Donald Trump, proclamou sua vitória na quarta-feira, embora sua rival democrata, Sara Gideon, saísse vitoriosa na maioria das pesquisas.

Nas eleições parlamentares de terça-feira, os democratas conseguiram manter sua maioria na Câmara dos Representantes, posicionando Nancy Pelosi por mais dois anos como líder desta câmara de 435 assentos.

“Estou muito orgulhosa de poder dizer que esta noite – relativamente cedo – podemos dizer que mantemos a Casa”, disse Pelosi, que em seu papel se tornou destacada inimiga de Trump.

No Senado, os democratas conquistaram duas cadeiras dos republicanos, no Colorado e no Arizona. Mas os republicanos equilibraram a balança derrotando um senador democrata no Alabama, preservando assentos legislativos que pareciam estar sob grave ameaça.

O controle do Senado é vital na política de Washington, uma vez que o partido que detém a bancada majoritária escolhe as leis que são votadas em plenário. No Senado também se confirmam as indicações sugeridas pelo presidente para cargos importantes.

Os republicanos atualmente controlam a Câmara Alta com 53 cadeiras de um total de 100. Trinta e cinco cadeiras ainda estavam em disputa na terça-feira.

Os democratas precisam desbancar quatro republicanos se quiserem se tornar maioria, mas caso o candidato presidencial democrata Joe Biden consiga chegar à Casa Branca, eles precisariam apenas de três novas cadeiras, pois com equilíbrio 50-50 o vice-presidente exerceria um voto decisivo.

A oposição esperava conquistar vários lugares dos republicanos que pareciam vulneráveis. No entanto, eles receberam resultados decepcionantes em Iowa, Maine e Carolina do Sul.

Todas as suas esperanças “tênues” ficaram, a partir da tarde desta quarta-feira, na Carolina do Norte e na Geórgia, em um cenário que, no entanto, parecia improvável.

“A maioria republicana no Senado provavelmente permanecerá”, preveem cientistas políticos da Universidade da Virgínia.

Últimas esperanças

Dois grandes aliados de Trump foram reeleitos: o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, e o senador da Carolina do Sul Lindsey Graham, que enfrentou uma disputa difícil contra o afro-americano Jaime Harrison.

Graham se envolveu em polêmica nas últimas semanas depois de supervisionar o processo de nomeação da juíza conservadora Amy Coney Barrett para a Suprema Corte. O processo gerou indignação entre os democratas, que alegaram que a vaga deveria ser preenchida pelo governo resultante das eleições de terça-feira.

Havia grandes expectativas para Harrison, já que as pesquisas previam uma disputa muito acirrada, depois que o democrata conseguiu levantar um recorde de doações para sua campanha.

A senadora novata de Iowa Joni Ernst, uma aliada próxima de Trump que os democratas acreditaram poder derrubar com um cerco intenso, também defendeu sua cadeira, de acordo com projeções de várias redes.

“Conseguimos!”, comemorou Ernst no Twitter.

Outro distrito fortemente contestado é a Carolina do Norte, onde as emissoras de televisão ainda não declararam um vencedor. O senador republicano Thom Tillis proclamou sua vitória com cerca de 94% dos votos apurados.

Portanto, há pouca esperança para os democratas nesse estado, bem como na Geórgia, onde David Perdue liderou o democrata Jon Ossoff em 90% dos distritos pesquisados.

Se os democratas ganhassem uma cadeira na Carolina do Norte e uma cadeira na Geórgia, eles assumiriam o controle do Senado caso Joe Biden fosse eleito presidente (50 cadeiras).

Os republicanos resistiram em outros distritos, incluindo Kentucky, onde o líder da maioria Mitch McConnell venceu com facilidade.

No Texas e em Montana também tiveram vitórias. Enquanto isso, o ex-governador democrata do Colorado John Hickenlooper derrotou o atual senador republicano Cory Gardner em seu estado. No Arizona, o ex-astronauta americano Mark Kelly derrotou a senadora republicana e ex-piloto Martha McSally.

 

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