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Desenho de cobra presente no ato pró-Trump foi de símbolo independentista a bandeira conservadora

Considerada uma das primeiras dos americanos, é hoje um símbolo cada vez mais ligado ao ultraconservadorismo dos Estados Unidos

Redação Jornal de Brasília

07/01/2021 7h23

São Paulo, SP

Em meio à invasão ao Congresso americano na tarde desta quarta-feira (6), ato que paralisou a sessão que deveria confirmar a vitória presidencial de Joe Biden, uma bandeira se destacou em meio à multidão -pelo seu tom amarelo-ovo e pelo seu simbolismo.

Trata-se da bandeira de Gadsden, ilustrada com uma cobra cascavel. Considerada uma das primeiras dos americanos, é hoje um símbolo cada vez mais ligado ao ultraconservadorismo dos Estados Unidos.

O movimento QAnon, que propaga teorias da conspiração como a de que Donald Trump combate uma seita de pedófilos adoradores de Satanás que controla o mundo, por exemplo, chegou a fazer uma versão para si, com a cobra enrolada em formato de uma letra “q”.

Criada pelo político e general Christopher Gadsden em 1775, durante a Guerra de Independência americana, a bandeira foi usada à época pela Marinha Continental, estabelecida por George Washington em meio ao conflito.

A cobra, que representava as então Treze Colônias, aparece enroscada, como se estivesse pronta para atacar, o que é confirmado pelo lema “don’t tread on me” (não pise em mim), na parte inferior da bandeira.

Uma das origens da cascavel como símbolo das colônias americanas seria uma ilustração atribuída a Benjamin Franklin, publicada no Pennsylvania Gazette em 1754. O desenho vinha com os dizeres “junte-se ou morra”, um chamado à causa da independência.

Mais recentemente, a bandeira passou a ser adotada por conservadores do movimento Tea Party, tendo sido usada por defensores de pautas como maior acesso a porte de armas, libertarianismo e nacionalismo. Não raro, o símbolo é visto em comícios de políticos conservadores, incluindo os de Trump.

Em alguns estados, como Texas e Alabama, a bandeira é utilizada para estampar a placa de veículos.

Em 2017, a bandeira pôde ser vista durante as manifestações racistas de Charlottesville, na Virgínia, ao lado de bandeiras dos confederados -outro símbolo da direita americana presente na invasão ao Congresso nesta quarta. Há três anos, a cidade foi palco do maior ato recente de supremacistas brancos nos EUA. Na ocasião, três pessoas morreram.

O deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, já foi criticado por ter sido fotografado com a bandeira de Gadsden ao fundo. Na foto, ele e mais duas pessoas empunham armas. O ator Chris Pratt, um dos astros de “Vingadores”, foi fotografado vestindo casualmente uma camisa com a bandeira -mas sem o fundo amarelo- e causou controvérsia.

As informações são da Folhapress

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