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Coronavírus: estudo diz que grupo sanguíneo A tem 50% mais chances de internação

Pacientes do tipo O tem 35% menos riscos. O trabalho foi desenvolvido por médicos de sete hospitais italianos e espanhóis

Redação Jornal de Brasília

18/06/2020 15h36

Testes de coronavírus feitos no Sesc da 504 Sul. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasilia

De acordo com um documento publicado na revista norte-americana New England Journaul of Medicine (NEJM), um estudo apontou que pessoas do tipo sanguíneo A, quando infectadas pelo novo coronavírus, tem 50% mais chances de precisar de ajuda respiratória. Pacientes do tipo O tem 35% menos riscos. O trabalho foi desenvolvido por médicos de sete hospitais italianos e espanhóis.

“Obteve-se em menos de dois meses de toda a informação necessária para avaliar os resultados e compará-los com um grupo de controle de 2.205 indivíduos saudáveis. Assim, identificou-se uma maior frequência de 26 variantes genéticas nos pacientes afetados por insuficiência respiratória em comparação com o grupo controle não infectado, e duas delas em particular, localizadas nos cromossomos 3 e 9, mostraram uma potente associação com a gravidade”, explicam os autores

Quase 2 mil pacientes hospitalizados nas UTIs com Covid-19 foram comparadas com 2.205 pessoas sem a doença. Em seguida, os médicos notaram que o grupo sanguíneo pode ser um fator que aumenta ou diminui as possibilidades de agravamento no estado de saúde.

“Os resultados deste estudo permitem avançar na identificação dos pacientes de maior risco que necessitarão de internação em UTI, assim como conhecer melhor a fisiopatologia da doença mediante a identificação destes genes implicados”, explica Ricard Ferrer, presidente da Sociedade Espanhola de Medicina Intensiva, Crítica e Unidades Coronárias (SEMICYUC).

“Investigações anteriores haviam indicado que fatores como a idade e doenças crônicas como diabetes e hipertensão, assim como a obesidade, aumentam o risco de desenvolver casos graves de covid-19. Entretanto, esse estudo demonstra a possibilidade de identificar pessoas mais vulneráveis ao desenvolvimento de doença grave com insuficiência pulmonar por causa do coronavírus, segundo suas características genéticas, o que possibilita identificar grupos de risco que necessitem de proteção especial e desenvolver tratamentos personalizados”, disse em nota o Ministério da Ciência da Espanha.

“Este estudo europeu colaborativo foi o primeiro a identificar fatores genéticos que aumentam o risco de desenvolver insuficiência respiratória em pacientes com covid-19. Entretanto, não é o único a investigar nesta linha, já que existem diferentes consórcios internacionais cujo objetivo é identificar características genéticas de risco da Covid-19. Desta maneira, futuros estudos permitirão aprofundar estes resultados”, completa o ministério.

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