Ao menos 32 pessoas morreram e 190 ficaram feridas nesta terça-feira, 7, durante tumulto no funeral do general iraniano Qassim Suleimani em Kerman (Irã), sua cidade natal, onde será enterrado após quatro dias de homenagens.
A informação foi dada por Pirhossein Koulivand, chefe da equipe médica de emergência do Irã, em depoimento dado a TV estatal. O tumulto ocorreu enquanto a procissão estava em andamento. O funeral do militar foi adiado. Imagens do tumulto circulam nas redes sociais.
Na segunda-feira, 6, uma multidão se reuniu na Universidade de Teerã, onde o líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, dedicou orações ao militar considerado herói iraniano, morto em ação dos Estados Unidos no Iraque.
De acordo com a TV estatal do país, a multidão foi formada por milhões de iranianos, que se alternavam entre explosões de tristeza e de fúria, com gritos como “Morte à América!” e “Morte a Israel!”. Dentre a multidão, também estava presente o chefe do movimento palestino Hamas, Ismail Haniyeh.
Ao longo da caminhada, foram queimadas bandeiras dos EUA e de Israel, enquanto homens e mulheres pediam vingança pela morte de Suleimani.
“Infelizmente, algumas pessoas morreram”, disse o chefe do Serviço Nacional de Urgência iraniano, Pir Hossein Kulivand,, à televisão pública.
EUA está bloqueando iranianos na fronteira após morte de Soleimani
Dezenas de iranianos e americanos de origem iraniana denunciaram assédio, atrasos e longos interrogatórios por parte das autoridades de fronteira dos Estados Unidos, em meio à tensão provocada pela morte do general iraniano Qasem Soleimani, em um ataque ordenado por Washington.
O Conselho das Relações Islâmico-Americanas (CAIR), um grupo de defesa dos muçulmanos, informou que proporcionou assistência a mais de 60 viajantes detidos durante o final de semana e interrogados sobre suas posições políticas na fronteira do estado de Washington com o Canadá.
Uma jovem de 24 anos, identificada como Crystal pelo CAIR, denunciou que foi detida e interrogada durante mais de 10 horas com sua família na passagem de fronteira de Peace Arch, em Blaine, Washington, até ser libertada na manhã de domingo.
Quando a família perguntou se estava detida, os agentes da fronteira se limitaram a dizer que aquele era “o momento equivocado” para estar ali.
“Estas denúncias são extremamente preocupantes e potencialmente constituem detenções ilegais de cidadãos americanos“, disse Masih Fouladi, diretor-executivo do CAIR em Washington. “Estamos trabalhando para verificar as denúncias sobre uma diretriz nacional para deter americanos de origem iraniana nas fronteiras“.
As autoridades de fronteira negaram a denúncia e justificaram as demoras pelo aumento do tráfego no final de ano e de retorno das férias.
Agence France-Presse