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Mundo

Apoiadores de Biden e Trump trocam acusações no centro de apuração da Pensilvânia

A tensão era palpável e ambos os lados trocaram gritos e acusações

Marcus Eduardo Pereira

05/11/2020 20h23

Cerca de 150 manifestantes pró-Trump e pró-Biden desafiaram-se nesta quinta-feira em frente ao Centro de Convenções da Filadélfia, na Pensilvânia, onde são apurados os votos por correio do estado-chave para uma vitória eleitoral.

“Contem todos os votos!”, gritavam os apoiadores do democrata Joe Biden, em clima festivo, do lado de fora do Centro de Convenções da Pensilvânia, onde dezenas de milhares de cédulas de correio eram apuradas. Reunidos pela coalizão “Count Every Vote”, os manifestantes dançaram a canção “This is America”.

Na esquina oposta, também na calçada, cerca de 30 apoiadores do presidente Donald Trump exigiam que a contagem dos votos recebidos depois de 3 de novembro fosse interrompida, agitando bandeiras americanas e cartazes dizendo “Com licença. As urnas fecharam”.

Um eleitor de Trump usando chapéu de caubói e bandeira americana apertava a mão de policiais que protegiam o grupo com barreiras e suas bicicletas. A tensão era palpável e ambos os lados trocaram gritos e acusações.

Na esteira da pandemia de coronavírus, a Pensilvânia autorizou a contagem dos votos enviados pelo correio até o dia da eleição e recebidos até três dias depois. O estado, que conta com 20 votos no Colégio Eleitoral, é um dos poucos que ainda não declararam um vencedor. Embora 92% dos votos já tenham sido apurados, a disputa ainda está acirrada.

Mais cedo, dois republicanos bem conhecidos, a ex-promotora Pam Bondi, da Flórida, e o conselheiro de campanha Corey Lewandowski reivindicaram uma vitória jurídica ao fazerem com que um juiz da Pensilvânia permitisse que eles observassem a contagem a um metro e meio das mesas de votação, em vez de seis metros.

Democracia ‘em risco’

“Estou aqui porque a democracia americana está em risco. Temos um governo que disse que irá ignorar os verdadeiros resultados desta eleição e tentará roubar”, disse à AFP Melissa Dunphy, professora universitária de 40 anos, que votou em Biden.

Diann Candan, um policial aposentado que votou em Trump, afirmou que “há uma corrupção maciça nos estados-chave”, e que os eleitores de Biden enviaram “cédulas falsas para ganhar”. “Eles estão cometendo fraudes agora.”

Embora não tenha apresentado provas, Trump disse que o voto pelo correio tornou possível uma fraude que o prejudicou.

“Nós nos recusamos a aceitar uma América fascista”, disse Emma Kaplan, 30, que trabalha para uma designer de interiores. “Contem todos os votos! Que Trump e Pence saiam agora! Isso é um golpe!”

Ray Cortez, 55, eleitor de Trump, disse que “não há como garantir a integridade do voto”. “Quando você tem toda essa quantidade de cédulas de votação (pelo correio), você não sabe quem as está preenchendo, não sabe quem as está trazendo. E isso se torna um problema.”

 

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