Recém-chegadas a terras mexicanas, as atletas brasileiras que representarão o País na Copa América de Basquete já se preparam para o torneio classificatório para o Mundial, no ano que vem, na Turquia. Triste com a má atuação da seleção masculina no mesmo torneio, o técnico da trupe feminina Luiz Augusto Zanon se diz motivado em fazer diferente. Para transformar o discurso em prática, sua agremiação estreia sábado, às 19h30, contra Porto Rico.
Zanon conversou com a reportagem sobre as expectativas e receios de suas atletas para o campeonato, principalmente em levantar a autoestima dos brasileiros em acreditar novamente na modalidade, após a vexatória campanha dos homens.
“Ficamos muito tristes com a situação da seleção masculina ter voltado para casa sem nenhuma vitória, mas o momento foi definido entre eles. Isto nos serviu de alerta e estamos trabalhando para que não aconteça o mesmo”, esclarece.
Ciente da mistura de sentimentos – desconfiança e esperança – que os brasileiros depositam na seleção , Zanon completa: “Não estamos pressionados, e sim extremamente motivados”, garante.
A armadora brasiliense Karla, de 35 anos, também mostrou tristeza ao lembrar da atuação da seleção masculina de basquete na Copa América, na Venezuela, mas destacou a força da equipe e prometeu que tudo será diferente. “São campeonatos distintos e a responsabilidade do sucesso é toda nossa”, salienta. Também armadora, Adrianinha garante o sucesso.
Para não repetir o “mico” vivido pelos homens, Zanon programa amistosos antes da estreia. “Temos um jogo agendado com Cuba e talvez a outra seja contra o Canadá”.
Aposta na experiência
Das três “experientes” que compõem o elenco do Brasil na Copa América, uma delas é preenchida pela armadora brasiliense Karla da Costa, de 35 anos. A atleta deu os seus primeiros quiques com a bola laranja no Clube Vizinhança e hoje atua pela Americana-SP. A atleta brincou durante a entrevista com o fato de ser mais velha que a maioria e admitiu ter orgulho em representar a cidade natal vestindo a camisa verde e amarela.
“Saí de Brasília muito nova e minhas raízes aí são apenas parentescas. Pra mim é muito interessante representar a capital”, confessa Karla, em um discurso repetitivo.
Veterana na modalidade, ela destaca o profissionalismo das colegas calouras. “Elas jogam basquete há anos, mas a maioria nunca tinha jogado pela seleção. O meu dever é repassar tudo aquilo que aprendi”, explica.
Em processo de adaptação com a cidade de Xalapa, no México, a brasiliense aguarda os jogos amistosos antes do confronto com Porto Rico. “Chegamos ontem (domingo) e conheço as minhas adversárias de jogos anteriores. Baseando-me nisso, digo com toda a certeza de que todos os times têm chances de serem campeões. Eu quero que cada integrante do Brasil possa dar o seu melhor”, espera a armadora.
Perda importante
Sem contar com a maior estrela brasileira da modalidade – Érika de Souza, pivô do Atlanta Dream (EUA), do WNBA, torneio feminino do basquete norte-americano -, Zanon deposita sua confiança no entrosamento. “Somente três das nossas atletas são veteranas. As outras são muito fortes e novas também. Mesmo sem a Érika, seguimos competitivos”.
Confira a lista de convocadas:
Armadoras: Adriana Moisés (Sport Recife); Débora da Costa (Americana); Karla da Costa (Americana); Tainá da Paixão (Ourinhos).
Alas: Patrícia de Oliveira Ferreira, a Chuca (Ourinhos); Joice Coelho (Ourinhos); Patrícia Teixeira Ribeiro (Ourinhos); Tatiane Pacheco Nascimento (Sport Recife).
Pivôs: Clarissa Santos (Americana); Damiris Dantas (Americana); Fabiana de Souza (São José); Nádia Colhado (Sport Recife).