Ao lado do proeiro Bruno Prada, Scheidt conquistou resultados satisfatórias na Star durante 2006 e finalizou o ano, inclusive, na liderança do ranking mundial. Na última semana, ele retornou à Laser, entretanto a retomada será apenas para a disputa dos Jogos Pan-americanos 2007, competição na qual a Star não está no programa.
Dono de oito títulos mundiais na Laser, duas medalhas de ouro e uma de prata olímpicas, Scheidt confessou que sua mudança é em busca de novos desafios e para que tenha mais longevidade no esporte.
"Foi uma decisão difícil. Estou na Laser desde os 16 anos, foi a classe que me consagrou, que fez meu nome. Mas encontrei uma pessoa motivada e que tem talento", explicou, elogiando a parceria com Prada. "Este ano fizemos uma campanha ascendente e essa evolução tornou claro que a campanha olímpica vai ser na Star".
Sem temer a disputa com os também bicampeões olímpicos (de Star) Torben e Marcelo, Scheidt afirma que a decisão não levou em consideração uma provável desistência do projeto olímpico da dupla para disputar a Volvo Ocean Race. "A decisão de forma alguma se baseou em Torben. A gente não pode se preocupar com o que os outros estão fazendo", afirma o velejador paulista, destacando a rivalidade e o respeito que existe entre eles.
"Estamos prontos para o desafio", garante Scheidt. "Vai ser uma briga dura, mas a transição vem em momento bom e vamos fazer um trabalho duro e sério". O proeiro Prada também está confiante. "Fico feliz que Robert tenha tomado esta decisão. Este era um ano crucial, mas não foi um ano fácil".
Apesar de terem fechado a temporada na liderança do ranking internacional, ele ressalta que os dois primeiros meses da dupla na classe foram complicados. "Em janeiro e fevereiro, era quase desanimador porque não conseguíamos ficar entre os dez nas provas".
Ao longo do ano, contudo, a situação mudou e a dupla sentiu os reflexos não apenas na água, mas também nos bastidores. "Em nossa primeira prova tivemos de pagar US$ 3 mil para alugar um barco intermediário em Miami. No final do ano, competimos com um barco supercampeão que o dono emprestou", compara Prada.