Após vencer o Rio do Sul na última sexta-feira – único time a tirar a invencibilidade do então campeão da Superliga, o Unilever – o Brasília/Vôlei surpreendeu ao ganhar a partida por 3 x 1. Além de ser a primeira vitória em casa, um outro fator chamou a atenção naquela noite: a supremacia da levantadora Camilla Adão.
Criticada desde os primeiros jogos da equipe, Camilla não conseguia se enquadrar ao ritmo das demais atletas. Nas redes sociais, o seu nome era constantemente citado pelos fãs como sendo a pior em quadra e os pedidos por sua substituição com a Flavinha (segunda levantadora) eram constantes.
Sem se deixar abater pelas duras palavras, ela se superou no duelo com o Rio do Sul e saiu de quadra com o “título” de melhor em quadra. O técnico Sérgio Negrão citou a falta de entrosamento nos primeiros jogos, mas soube contornar a situação com treinos diferenciados.
“Fizemos ajustes e invertemos os papéis priorizando as atacantes que se enquadravam no levantamento dela. A Camilla se sentia muito pressionada, mas deu tudo certo”, lembra o comandante.
Camilla, por sua vez, descarta importância do troféu e cita o trabalho em conjunto. “Qualquer uma poderia levá-lo (troféu). O levantador é importante? É sim. Mas se a recepção não for boa, o meu trabalho já não é mais o mesmo. Na sexta todas jogaram muito bem e o nosso crescimento é gradativo”, explica.
ALVO TRAÇADO
Sem tempo para acompanhar as redes sociais, Camilla sabe que o seu nome é comum entre os que acompanham os jogos. Segundo ela, há dois tipos de fãs: os ingênuos que não conhecem a fundo os procedimentos do esporte e os que comentam apenas por maldade.
Sem se preocupar, ela tem um alvo a ser conquistado. “Quero mostrar que temos um bom time. Todos estão sentindo a nossa melhora e estamos conseguindo imprimir o nosso ritmo de jogo”, garante.
Enfim, a carioca conquistou a titularidade
Com passagem por grandes times do País, a levantadora Camilla Adão sempre viveu à sombra de outra levantadora. Assim que a proposta de vir a Brasília surgiu, a carioca juntou o desejo de jogar sob o comando do técnico Sérgio Negrão à vontade de ser titular.
“A Camilla tem um histórico muito interessante em ter participado de projetos grandes e vitoriosos. Sempre foi campeã, mas como segunda levantadora. Quando a contratei, falei que ela seria a primeira. Então era a chance dela em mostrar valor na titularidade”, explica o técnico.
Camilla, ciente de suas responsabilidades em sua posição na rede, viu no novo projeto do Brasília/Vôlei a oportunidade de, enfim, aparecer.
Elogios ao professor
“Quando ele (Sérgio) me chamou, falei que não tinha mais vontade em ser a segunda e queria uma chance. Sempre quis trabalhar com o Sérgio e agora deu certo. É um cara que se preocupa com o bem-estar de todo mundo e não impõe as coisas”, elogia a atleta.
Acostumada a impor um ritmo de jogo acelerado, Camilla diz que esta foi a principal causa do seu não entrosamento com as demais atletas. “O Sérgio e eu conseguimos adaptar as jogadoras ao meu ritmo e o resultado foi muito bom”, comemora. (K.M.O.)