Ex-campeão da categoria meio-pesado, o baiano Lyoto Machida fará sua estreia no peso médio contra o amigo Mark Muñoz, no UFC Fight Night 30, amanhã, em Manchester, na Inglaterra.
O carateca, que só iria lutar em 6 de novembro contra Tim Kennedy, atendeu o chamado do UFC para substituir o lesionado Michael Bisping na luta principal, antecipando a preparação e a adaptação à sua nova categoria. Em conversa com o JBr., o lutador mostra confiança e paciência para disputar o título, mas avisa: vai buscar o cinturão para se tornar o quarto lutador da história do UFC a obter o título em duas divisões distintas.
Como é lutar com um amigo que treinou algumas vezes contigo? A tática na luta tem que ser diferente? Vai inovar para não ser surpreendido?
A gente sempre tem uma carta na manga. É claro. Tenho que buscar algo diferente. Acaba dificultando mais a luta, mas ganho um pouco também por conhecê-lo.
O pouco tempo de preparação para esta luta te atrapalhou? Ou você, mesmo ciente disso, topou o combate para não deixar o UFC na mão e recuperar-se rapidamente da derrota sofrida para o Phill Davis?
Não me atrapalhou porque vinha treinando num ritmo muito forte. Estava preparando para cortar o peso dez dias depois do da luta (iria lutar somente em 6 de novembro). Estava mais preocupado com o corte de peso. mas estou bem.
Mark Munoz e Anderson Silva perderam para o Chris Weidman na sua atual categoria. Já dá para projetar um encontro com o norte-americano e vingar os amigos?
Não penso dessa forma (de revanche). Penso mais que cada um tem o seu momento. Está cedo demais para falar (em disputa por cinturão). Acabei de chegar na categoria.
E se você se sair bem nos Médios. Toparia encarar o amigo Anderson Silva em uma disputa de cinturão ou aguardaria a vez?
O Anderson está em outro patamar, e eu acabei de chegar. Nem penso nisso.
Dana White (presidente do UFC) comentou recentemente que a sua luta contra o Mark Muñoz é melhor para a sua carreira, até por ter mais visibilidade. É por aí?
Com certeza. O Mark é o 5º colocado no ranking. É uma luta bem mais atrativa para mim. O Keneddy está lá embaixo no ranking.
O presidente do UFC criticou também o seu estilo de luta, que ele classificou como “conservador”, dizendo que você poderia perder fãs no MMA. O que vemos no Brasil é o contrário. As pessoas gostam muito de você por tudo o que você faz no esporte. Vale a pena manter o seu estilo de luta, que também agrada os brasileiros?
Tenho que lutar para agradar os meus fãs. Se não estou agradando é porque tenho que melhorar. Vou buscar isso já no sábado (amanhã), mas sem mudar totalmente o meu estilo.
Apesar de ter conectado mais golpes na derrota para o Phill Davis, o fato dele ter te derrubado pode ter influenciado na decisão dos árbitros. Trabalhou apra melhorar esse fundamento?
Treinei bastante (a defesa de queda), até por respeito aos fãs. É fundamental contra um wrestler.
O Demian Maia desceu de categoria – médio (até 84 kg) para o meio-médio (até 77 kg) – e a decisão fez muito bem para ele. Acredita que pode ocorrer o mesmo contigo?
Espero fazer uma grande luta nessa estreia. O cinturão é o maior objetivo, claro, mas primeiro quero ir bem na minha nova categoria.
O José Aldo pensa em subir para o peso leve (atualmente é campeão do peso pena) para buscar o cinturão e ser um dos poucos no UFC a ser campeão em duas categorias. Disse que quer se tornar uma lenda do esporte. É um objetivo seu também?
É o sonho de cada atleta. Poucos fizeram isso. Temos aí os exemplos do BJ Penn, o Randy Couture (Vítor Belfort é o outro atleta a conseguir o feito). É algo que vou buscar. Vou deixar para falar disso mais para frente.
JBR: E a luta de sábado. Vai nocautear Muñoz?
É o que vou tentar.