Enquanto Brasília espera pelo resultado da avaliação do novo circuito do autódromo para receber uma etapa da MotoGP – prevista para sair nesta semana –, pilotos profissionais do kart se preocupam com o futuro da modalidade na capital. Isso porque, o novo traçado prevê o fim do espaço reservado para a categoria de base do automobilismo.
Veteranos do esporte e frequentadores assíduos do complexo que existe há 16 anos no local temem o fim da modalidade na capital.
O kartista Luiz Gustavo critica os que planejam extinguir o kartódromo. “Perdendo o lugar, a gente perde o melhor kartódromo que temos em Brasília. Ele tem uma capacidade maior de atender pilotos e, hoje, não há outro lugar para ir”, opina. “É menos um problema para a realização do MotoGP. Isso não tem o menor sentido”, ironiza.
Administrador do local, Roberto Mendes aguarda um posicionamento oficial dos representantes sobre o kartódromo. “O que eu sei é o que saiu na imprensa. Até agora ninguém veio me comunicar nada”, despista . Com possibilidade de correr em kartódromos menos equipados, Roberto prevê a desistência de muitos. “O clima daqui é diferente dos demais. Os aficcionados podem migrar para outro lugar, mas irão contra vontade”, garante.
“Encaixe” é estudado
Pilar dos representantes que lutam para trazer a etapa do MotoGP para o DF, o presidente da Federação Brasiliense de Motovelocidade, Carlos Senise, salienta a espera pelo resultado da FIM e estuda “encaixar” o kartódromo no espaço que couber, após a aprovação do novo circuito – previsto para sair nesta semana. Enquanto isso não acontece, os pilotos terão de se contentar com outros kartódromos.
“Esperamos a aprovação do desenho para encaixar o kartódromo no autódromo. Nos três anos que ele (autódromo) passará por reforma, provavelmente o espaço para o kart no Parque da Cidade os receberá. A segunda opção seria o kartódromo do Guará”, sugere.
NÃO CONVENCEU
O kartista Luiz Gustavo fica nervoso sobre os boatos de que existe a possibilidade de o kartódromo do Parque da Cidade recebê-los. “Essa informação não convence a ninguém porque sabemos que isso é só para enrolar. Eles podem até prometer, mas sabemos que tudo serve para acalmar os ânimos dos que serão prejudicados”, salienta o piloto.
Emprego também em xeque
Além da possibilidade de não integrar mais o complexo do autódromo, ainda há a preocupação com os que tiram sustento do espaço do kartódromo. “Sei que lá uma média de 150 pessoas ligadas ao esporte sobrevive daquilo, entre mecânicos e chefes de equipe. Caso o pior aconteça, eles ficarão desempregados”, preocupa-se Luiz Gustavo.
Principal envolvido na trama, Roberto Mendes, administrador do kartódromo, aproveita a oportunidade para desabafar sobre a situação. “O ambiente correto para a prática profissional do esporte é dentro do autódromo, com certeza. Na minha opinião nem as obras do kartódromo do Parque da Cidade e nem a reforma do autódromo para o MotoGP acontecerão”, prevê.