Apoiada pelo crescimento das seleções feminina e masculina no cenário mundial, a Confederação Brasileira de handebol fez nesta terça-feira o lançamento oficial da décima edição da Liga Nacional, com início marcado para esta quarta-feira e com presenças de nove equipes entre as mulheres e dez entre os homens.
Apesar de não anunciar grandes modificações em termos de estrutura, o presidente Manoel Luiz Oliveira garantiu que a atual Liga será uma espécie de estudo final para a implantação de mudanças a partir de 2007 e que ela também servirá para futuras convocações das seleções, visando os Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, em 2007, além de apontar clubes para a nova Copa do Mundo de handebol.
Oliveira também afirmou que a idéia é popularizar ainda mais o esporte no Brasil, tendo como base idéias utilizadas em modalidades de sucesso, como o futebol e o vôlei, que garantem campeonatos financeiramente rentáveis para clubes e patrocinadores.
Para isso, admite que o passo inicial foi ter conseguido manter jogadores de seleção em clubes nacionais, contrariando a atual tendência de venda para centros da Europa ou Estados Unidos. “Está na hora de começarmos a segurar os jogadores no Brasil e já temos estrutura para isso. A demanda por clubes é grande e precisamos fazer mudanças para adequar ao novo plano”, destacou Oliveira.
Com a intenção de criar um grupo de análise, para monitorar o andamento do campeonato e as exigências de equipes, Oliveira quer iniciar agora projetos para a temporada de 2007. “Neste ano encerramos um ciclo, mas para o ano que vem já queremos pôr em práticas algumas mudanças”.
“E elas incluem aumento de equipes e limitação do número de jogadores adultos nos times, para fazer com que os jovens apareçam ou tenham chance de ser contratados”, disse Oliveira, negando a idéia de utilizar o ranqueamento para atletas, assim como acontece no vôlei. “Não é nossa idéia agora. Mas nos espelhamos no vôlei sim e vamos buscar os acertos deles”, explicou o presidente.
Concordando com a expectativa dos dirigentes, jogadores também apontam o campeonato como forma de aparecer bem para o ano que vem. “Vamos mostrar tudo agora para que possamos chegar na seleção. O objetivo é ir bem agora, representar seu clube da melhor maneira, para depois, quem sabe, estar na seleção e ir ao Pan”, apostou Marcos Paulo dos Santos, o Marcão, da Metodista.
A ponta Pará, do Guarulhos, é outra que garante equilíbrio e dedicação máxima. “Deve ser uma das Ligas mais competitivas dos últimos dez anos, porque temos aqui ótimas jogadoras. Não posso apontar favoritos”, disse a jogadora, integrante da equipe brasileira que conquistou o sétimo lugar nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, e o ouro no Pan-americano de Santo Domingo, em 2003.
Feminino tem fechamento de equipe
Apesar da felicidade pela realização da décima Liga Nacional, houve espaço também para lamentos, como o da perda de uma tradicional equipe do handebol feminino, o Mauá/Universo, que fechou portas recentemente por divergências entre patrocinadores e clube. Assim, o campeonato feminino terá uma equipe a menos que o normal.
Além disso, segue no handebol o problema de abertura para equipes do Nordeste, motivo que o presidente da Confederação explica com a falta de verbas. “Para expandir mais ainda precisamos de novas parcerias, porque há gastos que envolvem inclusão de times do Nordeste, por exemplo”, analisou, citando dificuldades e alto preço de viagens de uma equipe dentro do Brasil.
Copa do Mundo Interclubes
Aproveitando a criação da Liga Nacional, Manoel Oliveira comentou sobre a criação da Copa do Mundo, torneio entre clubes que deve ser realizado já em 2007. Apesar de ainda não ter detalhes, já que a palavra final veio ainda nesta semana, na Europa, adianta que ela deve ter o mesmo formato da Liga Mundial de vôlei.
“Já no ano que vem deveremos ter a realização do torneio, que é um passo importantíssimo para que possamos crescer ainda mais. Ela terá jogos de ida e volta em cada país integrante e, como o Brasil tem a melhor estrutura das Américas, devemos ter de um até três participantes”, finalizou.
Outro fato que deixou organizadores, patrocinadores e clubes envolvidos mais animados é a volta das transmissões da televisão. Para os jogos desta temporada, a ESPN Brasil fará o acompanhamento, além de manter programa quinzenal para divulgar o andamento das seleções e do torneio.