Ronco dos motores, palmas, assovios, fumaça e cheiro de pneu queimado. A descrição ilustra bem o Desafio dos Drifters, evento inédito no País e que contou com seis mil presentes na Esplanada dos Ministérios. Durante sete horas, o público se encantou com a precisão das derrapagens no circuito montado pela Podium Race.
O brasiliense Helio Fontes, com 16 anos no automobilismo, foi um dos participantes do evento. “Sem dúvida nenhuma é um prazer participar de um evento desse porte na minha casa e contando com a presença dos meus amigos e familiares”, comemora o piloto, bastante aplaudido.
Em busca do sonho
Fã de carteirinha do “esporte das derrapagens” oriundo do Japão, Cláudio Moreira sobrecarregava as cordas vocais vibrando com o show dos carros. Apaixonado por automóveis desde criança, o estudante de 17 anos sonha em ser piloto de corrida, mas confessa se encantou com o drift e não descarta mudar de opção dentro das pistas .
“Você não tem noção do quanto eu amo isso e vou correr atrás de tudo para estar lá dentro em breve”, sonha o jovem estudante.
Paixão sem apoio
“Piolho” de corridas e organizador do evento, Rui Rodrigues mostrou-se satisfeito em tornar real mais um sonho. Ele reclamou, porém, da falta de apoio do Governo para a montagem de toda a estrutura na Esplanada dos Ministérios próximo ao Museu e à Biblioteca Nacional.
“Se fosse algo como o futebol iria chover patrocinadores, apoiadores e empresários querendo um espaço aqui dentro. O evento é bonito, a galera gosta e olha quanta gente veio nos prestigiar. Garanto que aqui o público é maior do que o de muito jogo de futebol por aí”, alfineta o organizador.
“Se conseguimos correr atrás de tudo isso sem a ajuda de praticamente ninguém, imagina o que conseguiríamos a mais se outros aparecessem? Isso tudo só nos dá mais forças para continuar”, acrescenta.
Mesmo com as dificuldades e falta de incentivo, Rui não deixa de ressaltar o trabalho feito pela equipe da Podium Race. “Ver que tudo que planejamos deu certo me deixa extremamente realizado”, completa Rui.
Chamando a atenção
Em Brasília pela segunda vez, o piloto Tiago Romano chamou a atenção de mulheres e crianças pela cor que decidiu usar no carro: o rosa bebê. “O esporte não é muito aceito pelas mulheres, então pintar o meu carro foi uma jogada inteligente de marketing”, afirma o paulistano de 24 anos.
A ideia deu certo e o piloto foi aclamado pela torcida por várias vezes. “Esse tom de rosa pode passar a impressão de que sou um cara gente boa e divertido”, brinca o piloto.
“É muito legal ver algo assim acontecer no meio da rua. Me sinto lisonjeado por fazer parte desse show. A curiosidade mata e essa cerca de metal chama a atenção. Olha a arquibancada lotada como prova de que isso que fazemos é bem admirado por todos”, argumenta Tiago.