A final dos meio-leves (até 66 kg) foi contra o japonês Hiroyuki Akimoto, que acabou levando a melhor por ippon (dois waza-ari). Mesmo assim Leandro comemorou o resultado como se fosse um título. “Estou batendo na trave há muito tempo e, finalmente, conquistei uma medalha na Europa”, afirma o judoca, de 26 anos.
Antes de chegar a decisão, o brasileiro passou por quatro adversários. Primeiro, deixou para trás o azeri Elchin Ismaylov por koka, assim como o francês Jordan Amoros. Depois, aplicou um ippon no húngaro Miklos Ungvari e um waza-ari no espanhol Oscar Penas.
O judoca, que já havia conquistado a prata no Campeonato Pan-americano do ano passado, credita sua vitória à ‘malandragem’ adquirida. “Tive a oportunidade de viajar bastante este ano e aprendi um pouco mais de malandragem para lutar com os atletas estrangeiros, aprendi a ser mais tático”, garante ele.
Reserva de Henrique Guimarães no Pan de 2003 e nas Olimpíadas de 2004, Leandro também perdeu a vaga de titular para João Derly no Mundial de 2005. Campeão mundial dos meio-leves, o gaúcho deve ser mais uma vez adversário de Leandro pela vaga no Pan, já que disputa com boas chances a Super Copa do Mundo de Hamburgo e a Copa do Mundo de Varsóvia.
Em 2006, Derly foi ouro em Paris e prata em Leonding, conquistando o posto na seleção brasileira. Com isso, a pressão por resultados deve ser maior, o que favoreceria a Leandro. Quinto lugar na Super Copa do Mundo de Hamburgo, quando foi derrotado na semifinal pelo campeão olímpico Masato Ushishiba, ele segue atento à movimentação do ‘concorrente’.
“É exatamente isso que queremos com este novo método de seleção dos atletas. Estamos elevando o nível do judô brasileiro e promovendo disputas saudáveis pela condição de titular. É um problema bom, que qualquer técnico gostaria de ter”, garante Ney Wilson, coordenador-técnico da CBJ.
Para alegria de Ney, a disputa entre os dois pela vaga de titular dos meio-leves não é recente. Quando João Derly lesionou o ombro em 2006, foi Leandro quem ocupou a vaga de titular da categoria. Além da prata no Campeonato Pan-americano, ele disputou o Mundial por equipes.
Entre as mulheres, a meio-médio (até 63 kg) Vânia Ishii tem seu posto de titular ameaçado por Danielle Yuri, sétimo lugar neste sábado. Depois de vencer a russa Alina Pukhova por ippon (dois waza-ari) e a norte-americana Rhonda Rousey por WO, Danielle foi derrotada pela francesa Virginie Taurines por ippon. Na repescagem, venceu a argelina Kahina Saidi por ippon, mas perdeu da mesma fora para a britânica Sarah Clark.
Vânia foi ouro no Pan de 99, em Winnipeg, e prata quatro anos mais tarde, em Santo Domingo. No domingo, é a vez de Tiago Camilo, Carlos Honorato, Leonardo Leite, João Gabriel, Márcia Vieira, Claudirene Cezar e Viviane Oliveira irem ao tatame.
Na categoria ligeiro masculina (até 60 kg), Denílson Lourenço passou pelo suíço Yann Mages por ippon e pelo francês David Larose por waza-ari. Derrotado pelo armênio Hovhannos Davtyan por waza-ari, acabou perdendo para o georgiano Nestor Khergiani por yuko na repescagem.
Também na ligeiro, mas na feminina (até 48 kg), Daniela Polzin sofreu duas derrotas. Primeiro para a francês Aurore Climence por yuko; depois para a japonesa Misato Nakamura, na repescagem, por koka.
Outros três brasileiros foram eliminados e não voltam na repescagem. O leve (até 73 kg) Pedro Guedes, que sofreu um waza-ari (shido 3) do búlgaro Georgi Georgiev; a meio-leve (até 52 kg) Érika Miranda, que perdeu por ippon para a espanhol Ana Carrascosa; e a leve (até 57 kg) Ketleyn Quadros, batida pela portuguesa Joana Ramos por waza-ari.
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