Menu
JBr Saúde

JBr Saúde #013 – Rir é o melhor remédio

Talvez não seja possível dizer que o dr. Tchan é um médico renomado. Ele é cirurgião de “pau que nasce torto e nunca endireita”

Redação Jornal de Brasília

03/06/2021 14h05

JBr Saúde

Talvez não seja possível dizer que o dr. Tchan é um médico renomado. Ele é cirurgião de “pau que nasce torto e nunca endireita”. Fez três faculdades: na primeira, era só auxiliar de pedreiro, mas já era chefe de pedreiro nas outras duas.
É com esse tipo de brincadeira, apresentando um crachá imenso à frente da enorme gravata borboleta, do chapéu colorido e do rosto pintado que o dr. Tchan se apresenta aos seus “pacientes” do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF). O dr. Tchan faz parte de um grupo muito especial de doutores: aqueles que ministram, a partir do riso e da alegria, serotonina aos seus pacientes.

O dr. Tchan é o jornalista Paulo Mesquita, diretor de Comunicação do grupo Andarilhos do Riso. Formado por 27 voluntários, o grupo Andarilhos da Alegria segue as teorias do médico norte-americano Patch Adams, que desenvolveu a ideia de que o riso, o humor, tem importante efeito terapêutico no tratamento de pacientes, especialmente os mais graves. Ajuda a diminuir o medo, a tristeza, a ansiedade desses pacientes. A partir do trabalho de Patch Adams, diversos grupos de voluntários passaram a frequentar os espaços dos hospitais levando um pouco de otimismo e bem estar aos doentes. O Andarilhos da Alegria é um desses grupos. E Paulo, ou dr. Tchan, é o convidado do programa JBrSaúde desta semana, uma parceria do Jornal de Brasília com o grupo Imagem&Credibilidade, que vai ao ar todas as quintas-feiras no site do jornal, com apresentação de Estevão Damázio.

Como diversas outras atividades no mundo, o trabalho do Andarilhos da Alegria teve de se reinventar na pandemia da covid-19. Antes, eles iam ao ICDF todos os domingos, durante o horário de visita, brincar com os pacientes. Faziam piadas. Tocavam música. Faziam mágicas. Desde março do ano passado, por causa da pandemia, essas visitas presenciais acabaram. Agora, o Andarilhos da Alegria chega ao seu público a partir de vídeos, que estão disponíveis nas suas redes sociais, Instagram e Facebook.

A verdade é que esse novo formato vem ampliando tanto o público quanto o volume de apresentações dos Andarilhos do Riso. “Antes, nós íamos lá uma vez por semana. Agora, estamos gravando vídeos todos os dias”, diz Paulo. E a presença nas redes permite que o trabalho dos palhaços amplie-se também para além dos pacientes do ICDF. Basta acessar as redes e seguí-los.

Para Paulo, um trabalho essencial. “Não está fácil rir nestes tempos. Mas a gente tenta fazer algo de diferente para trazer um pouco de alegria”, diz Paulo, ou dr. Tchan. “Rir faz bem. Rir ajuda, relaxa, traz serotonina para o corpo”
Muitas vezes, conta Paulo, ele e seus colegas do grupo são o único contato externo que têm os paciente. Parte do Sistema Único de Saúde, o ICDF recebe muitas pessoas de cidades da Bahia ou de Minas Gerais, que estão sozinhas no hospital, sem acompanhantes. Os palhaços muitas vezes são as únicas pessoas fora os profissionais de saúde que se relacionam com esses pacientes.

Tais situações criam vínculos que se perpetuam. Recentemente, uma criança que estava internada na UTI cardíaca disse à sua mãe que queria “dormir” com a sua “galera”. A “galera” eram os palhaços do Andarilhos do Riso.
Em outro momento, havia um paciente triste, desiludido, esperando sem perspectiva de medula óssea para transplante. Ele disse aos palhaços que gostava de música, de Legião Urbana. O palhaço puxou do violão. Em pouco tempo, o paciente estava de pé, cantando com eles. E, ainda que não haja uma relação direta, pouco tempo depois ele conseguiu fazer um transplante.

Para conhecer o trabalho do Andarilhos do Rio, basta procurar pelo nome do grupo no Instagram e no Facebook.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado