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Hélio Doyle

O ataque de Celina a Rollemberg é tática de defesa

Arquivo Geral

25/08/2016 7h00

Atualizada 24/08/2016 22h05

Luara Baggi/Cedoc

A deputada Celina Leão e os outros distritais que acusam o governador Rodrigo Rollemberg de estar mancomunado com a deputada Liliane Roriz (foto) sabem que isso não é verdade. É apenas o exercício da tática de se defender atacando. Para eles, é só mais uma mentira entre tantas.
Nem Rollemberg nem ninguém do governo e nenhum distrital tinha conhecimento prévio do que Liliane tinha feito. Por informações há tempos veiculadas por blogs e portais, sabia-se apenas que existiam gravações, de autor desconhecido, envolvendo distritais – e se falava que seriam sete. Mas Rollemberg soube pela internet.

Se abrir o flanco o inimigo entra

Ao entrar prontamente no assunto, sem necessidade e sem ser chamado, o governador deu uma brecha para ser acusado de envolvimento nas gravações. Rollemberg atacou a CPI da Saúde, puxou o tema para seu colo e incentivou Celina e sua turma a acusá-lo de temer as investigações da Câmara. Foi um erro elementar que revela, mais uma vez, o amadorismo dos assessores de Rollemberg que o incentivaram a cometê-lo.

Não é assim que se faz

Outro erro do governador, com menos consequências, foi passar direto pelos jornalistas que, depois de uma solenidade, esperavam para ouvi-lo sobre a Operação Drácon. Rollemberg não queria se manifestar, no que estava certo, mas isso não o impediria de parar e falar com os repórteres que nada comentaria, para depois prosseguir em seu caminho.
Seria mais correto e mais educado.

Federais também foram à Câmara

Promotores do Ministério Público Federal e policiais federais também estiveram fazendo buscas, ontem, na Câmara Legislativa. O que está na órbita das investigações federais são as gravações da sindicalista Marli Rodrigues. Que, segundo se diz, chegam à outra Câmara, a dos deputados federais, graças a Valdecir Marques de Medeiros, ex-ouvidor da vice-governadoria.

O bom exemplo de Hargreaves

Leitores relatam histórias de autoridades em outros países – ministros, prefeitos, parlamentares, chefes de polícia – que renunciaram a seus cargos (e não apenas se afastaram) assim que foram acusados de alguma irregularidade.
No Brasil, o caso mais conhecido é do então chefe da Casa Civil do presidente Itamar Franco, Henrique Hargreaves, que pediu exoneração imediatamente e voltou meses depois à função, quando se comprovou que as denúncias contra ele eram improcedentes. Mas Hargreaves não fez escola.

Ulhôa dá lição ao Supremo

O desembargador Humberto Ulhôa, vice-presidente do Tribunal de Justiça do DF, fez em algumas horas o que o que o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, levou cinco meses para fazer: afastar do cargo um presidente da Câmara suspeito de corrupção.
O desembargador mostrou que o Judiciário pode agir com celeridade. E perto das acusações a Cunha, as feitas contra a presidente da Câmara Legislativa são fichinha.
Pelo menos, até agora.

Não fica nada bem

Se a Polícia Civil prejudicar as investigações sobre as gravações de Liliane Roriz para pressionar por seu aumento salarial estará dando mais um tiro no pé. Alguns sindicalistas não entenderam ainda que suas reivindicações ganham força quando têm apoio e não quando prejudicam a população.
Uma autoridade policial que interrompe ou faz corpo mole em investigações contra possíveis criminosos, de qualquer natureza, está sendo conivente com o crime. E assim perde a razão.

Sem compromisso com a gestão

Juízes do Tribunal Regional do Trabalho resolveram governar sem ter o ônus de governar. Já mandaram a Caesb dar aumento a seus empregados acima das possibilidades da empresa e da realidade local e nacional, e ainda abonar o ponto dos grevistas. Agora ordenaram que a companhia do metrô contrate mais de 200 concursados, apesar da carência de recursos e da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Como um juiz do TRT certamente não está alheio à crise pela qual passam o país e o Distrito Federal, essas decisões contribuem para as suspeitas de que estão trabalhando pela inviabilização das empresas públicas e, quem sabe, por sua consequente privatização.

E o gabinete continua inchado

O vice-governador Renato Santana continua dispondo de um gabinete com 177 servidores ao custo mensal de aproximadamente R$900 mil. Desses, 91 não são servidores do governo de Brasília e 42 são policiais e bombeiros militares.
Quem, talvez por conveniência política, nomeou tanta gente para o gabinete que poderia funcionar com 10 a 15 servidores foi o governador Rodrigo Rollemberg. Quem pode exonerá-los em nome da moralidade pública, da eficiência administrativa e da economia de custos é o governador.
Não deveria ter nomeado e já deveria ter exonerado.

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