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Hélio Doyle

Ameaça de impeachment é útil à oposição de um jeito ou de outro

Arquivo Geral

10/08/2016 7h00

Atualizada 09/08/2016 23h35

Rafaela Felicciano/Cedoc

O governador Rodrigo Rollemberg (foto) não deu sorte com seu primeiro suplente no Senado, Hélio José, e com seu vice-governador, Renato Santana. Ambos só lhe causaram e causam problemas, com a agravante de que Santana é crítico contumaz do governo e não está alheio aos movimentos dos que, desde o início do ano, tramam para pedir o impeachment do governador.
Esse grupo sabe que não tem 16 votos na Câmara Legislativa para derrubar Rollemberg e colocar Santana em seu lugar, mas trabalha para criar situações que justifiquem o pedido de impeachment, com o objetivo de desgastar o governador e colocá-lo sob pressão constante e intensa.
Para alguns, a pressão poderá resultar em concessões fisiológicas. Para outros, o objetivo é desgastar Rollemberg e enfraquecer suas possibilidades de reeleição.
Mas como em política nada é totalmente previsível e nunca se sabe o que vai acontecer, Santana está à disposição.

Nada muda, para nada mudar

Preocupado em fazer aprovar projetos de seu interesse, não deixar aprovar os que não lhe interessam e evitar que seus adversários tenham 16 votos no plenário, o governador prepara-se para cometer novo erro político: aumentar o número de secretarias para abrigar distritais e seus indicados.

A tática de colocar deputados em secretarias para que sejam convocados suplentes que ficam na mão do governador – pois a duração de seus mandatos depende dele – é antiga e típica da velha politicagem. Os que a elogiam como exemplo de ação positiva são justamente os adeptos dos métodos antiquados e nada republicanos na relação entre Executivo e Legislativo.

Mas, como Rollemberg abriu mão da prometida nova política e optou pelas velhas práticas, é melhor que as execute integralmente, com todas as suas manobras, artimanhas e velhacarias. Se o jogo escolhido é esse, que pelo menos seja bem jogado – e, parodiando Jarbas Passarinho, “às favas a ética”.

Transparência é o melhor remédio

Mas, de qualquer jeito, não vai dar certo. Distritais são saco sem fundo: nunca estão contentes com o que recebem, sempre querem mais e mais. E quando o governo atende a seus pedidos está, de modo geral, causando prejuízos aos cofres públicos e ao povo.
A única arma para enfrentá-los é a transparência e o apoio da sociedade para a superação da velha política, que só faz mal a Brasília e à população. Por que não revelar publicamente os pedidos que os distritais fazem para apoiar e para votar com o governo? Seria bem instrutivo.

Será que a culpa é do Magela?

Muitos no PT, incluindo o presidente Roberto Policarpo, discordam do que foi publicado nesta coluna acerca da escolha do hoje senador Hélio José para primeiro suplente do então candidato Rodrigo Rollemberg. A tendência Construindo um Novo Brasil não aceita o ônus de ter sido a responsável pela infeliz decisão que colocou Hélio José no Senado.
Segundo os relatos, o grupo de Hélio José – Base Petista – se aliou ao Movimento PT, liderado pelo ex-deputado Geraldo Magela, e ainda recebeu o apoio dos aliados de Vilmar Lacerda, escolhido para ser o suplente de Cristovam Buarque.
Magela queria ser candidato ao governo, mas embora seu grupo fosse forte internamente, tinha perdido as eleições prévias para Agnelo Queiroz. Para derrotar os que o haviam derrotado, jogou peso em Hélio José.

Meu voto por algumas melancias

Outra retificação feita por petistas é de que a ex-deputada Maria Laura não foi candidata à suplência de senador. Os que perderam a indicação para Hélio José foram Chico Machado, Chico Floresta e Daniel Seidle.
Todos continuam no PT. Hélio José, antes de ser expulso do partido foi para o PSD (quando era da base de Dilma Rousseff), passou pelo Partido da Mulher Brasileira e está no PMDB, sendo agora da base de Michel Temer.
Graças ao apoio a Temer e seu voto pelo impeachment, ganhou o direito de nomear uma melancia para a superintendência da Secretaria do Patrimônio da União.

Enclave soberano sobre trilhos

A Secretaria de Mobilidade anunciou recentemente um plano integrado denominado Circula Brasília. Nesse plano, há a previsão de ônibus em pistas exclusivas – os denominados BRT – para ligar o aeroporto ao terminal sul. Agora a companhia do metrô divulga edital para que sejam feitos estudos para a implantação de bondes – os VLT – no mesmo trecho.
Desde o início do governo há um total desentrosamento entre os secretários de Mobilidade – antes Carlos Tomé, agora Marcos Dantas – e o presidente do Metrô, Marcelo Dourado. Afinal, será BRT – como diz a Secretaria – ou VLT, como quer Dourado?

Para execração pública

O empresário Diogo Segabinazzi presenteou a gari Silvéria Madalena com um ingresso para o jogo Brasil x Iraque. Mas como o horário de trabalho dela iria até 23h30, o chefe teria de liberá-la mais cedo para ela ir ao jogo. O chefe não a liberou.
Seria bom sabermos o nome desse terceiro e lamentável personagem dessa história.

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