Em seu quinto jogo pelo Palmeiras, o terceiro oficial, Vitor Hugo tentou recuar uma bola para Fernando Prass e acabou criando a jogada do gol da vitória corintiana. O bem-humorado zagueiro ficou cabisbaixo, até que, no dia seguinte, Marcos fez questão de incentivá-lo, resgatando a autoestima de quem segue como titular e destaque do setor defensivo.
“O São Marcos veio me dar moral no dia seguinte, cara!”, contou o camisa 31, escolhido para dar entrevista coletiva nesta terça-feira na Academia de Futebol.
“Cheguei cabisbaixo e ele me chamou pelo nome. Já pensei: ‘caramba, eu torcia para ele na Copa em 2002’. Ele tem um armário só dele no vestiário que ninguém mexe, com pôster com as mãos para cima, os títulos que ganhou… Ele é fera, com uma lista grande. E me mostrou que não tem nenhuma falha nela.”
O ex-goleiro é um dos maiores ídolos da centenária história alviverde, mas também acumulou erros. “Ele quis dizer que falhas acontecem, todos ali dentro estão sujeito a errar, mas o que vale é o que você faz de bom para o clube, não o desnível que acontece durante os jogos. Disse que estou em uma sequência muito boa e não poderia me abater. Achei bacana demais”, relatou Vitor Hugo.
O ex-zagueiro do América-MG, contratado neste ano, ainda recebeu o apoio de Oswaldo de Oliveira e dos colegas. “Se tivessem virado as costas para mim naquele momento, seria complicado superar. Mas o meu professor na minha cidadezinha sempre me ensinou desde os dez anos que é para me dedicar sempre, sem se empolgar nem se abater porque a vida é de altos e baixo. E o apoio dos meus companheiros agora somou demais, foi importantíssimo.”
Só falar daquele Derby incomoda o risonho jogador. “Lances como aquele lá me deixam muito p…, né? Mas sou um cara muito verdadeiro e tranquilo. O meu bom humor ajuda um pouquinho. Sempre fui um menino bonzinho, de família. Assim é a vida. E é bacana ser assim, né?”, comentou.
“Tem torcedor que pega no meu pé até hoje nas redes sociais. Mas o time está bem, ganhando agora, não há razão para ficar reclamando muito, não”, prosseguiu, sorrindo, o titular do time que, depois de perder aquele clássico, acumulou três vitórias consecutivas.