Breno Barros
Especial para o Jornal de Brasília
A judoca brasiliense Ketleyn Quadros teve uma carreira meteórica. Mesmo sem ter disputado uma competição de expressão – como Campeonato Mundial ou Jogos Pan-Americanos –, a atleta que nasceu em Ceilândia entrou para a história do esporte brasileiro ao se tornar a primeira mulher a conquistar uma medalha olímpica em esportes individuais, quando colocou no peito a medalha de bronze nos Jogos de Pequim-2008.
Oito anos depois, a trajetória de Ketleyn serve como inspiração para Rafael Buzacarini. Com 25 anos, o jovem vai estrear no tatame olímpico sem nunca ter pisado em uma grande competição.
Quando o paulista de Barra Bonita recebeu na última semana o quimono oficial que vai disputar os Jogos não escondeu a felicidade, arriscando até uma sambadinha de comemoração. Com cor de pele chegando a ser quase albino, o judoca é conhecido como “Bolo cru”.
Buzacarini é a surpresa da seleção que vai disputara Rio 2016. O atleta desbancou o brasiliense Luciano Correia, então titular da seleção e o principal nome da categoria meio-pesado (até 100kg).
“Me sinto uma surpresa. Os adversários não estão em cima de mim. Isso é positivo e quero surpreender na hora certa”, revelou o judoca ao Jornal de Brasília.
Na trajetória esportiva, Buzacarini disputou somente os Jogos Sul-Americanos e as etapas de Grand Prix e de Grand Slam.
Para minimizar a falta de experiência, o paulista aproveita a bagagem de atletas tarimbados. “Eles passam bastante calma e não ficam me iludindo. A grande dica é ficar focado somente na competição.”
Para surpreender os adversários, o judoca espera tirar força da torcida, com o grito: “Uhu! É bolo cru”, diverte-se.