Menu
Futebol

Dinamarca e Iraque dão pontapé nos Jogos em Brasília

Arquivo Geral

04/08/2016 8h29

Andre Borges/ Agência Brasília

Eric Zambon
[email protected]

Dinamarca e Iraque abrem os Jogos Olímpicos em Brasília a partir das 13h desta quinta (4), no estádio Mané Garrincha. Seleções pouco badaladas e com jogadores desconhecidos do grande público, o duelo pode ser interessante para deesvendar quem será a segunda força do grupo A, que ainda tem o anfitrião Brasil e a África do Sul, adversários na partida seguinte, às 16h.

O senso comum pode levar o torcedor a pensar que a Dinamarca é favorita, mas o Iraque promete não apenas surpreender, como é apontado pelo próprio treinador adversário, Niels Frederiksen, como o possível segundo melhor time do grupo, atrás do Brasil. “Eles têm um estilo de jogo de muita força física e foram quarto lugar no Mundial sub-19, há três anos”, elogiou o treinador.

No mundial em questão, que contou com a presença de craques como o francês Paul Pogba, estrela da França na Eurocopa de 2016, o Iraque alcançou as semi-finais e só foi parado pela forte seleção do Uruguai, vice-campeã do torneio, na disputa por penalidades, após 16 cobranças. O bom retrospecto, porém, não ilude os asiáticos.

No lado iraquiano, o discurso é de respeito a todos os adversários e celebração ao fato de serem o único time árabe de seu continente classificado à Olimpíada – a outra equipe árabe, Argélia, representa a África. A estrela da equipe, o atacante Abdul-Raheem, de 22 anos, ainda se recordou do seu tempo de trabalho com Zico, que comandou a seleção árabe entre 2011 e 2012. “Aprendi muito com ele”, entusiasma-se o jogador.

O galinho de Quintino abandonou o emprego após alegar atrasos salariais e falta de segurança para trabalhar, mas, em seu curto tempo à frente do time iraquiano, contagiou os atletas. “Eu agradeço muito por ele ter passado na minha vida. Acho que ele foi fundamental para eu chegar onde estou hoje. Me inspirei muito”, resume Abdul-Raheem, sem especificar se o ídolo flamenguista contribuiu mais para sua mentalidade tática ou serviu como apoio motivacional.

Não são rosas

Quem se recorda da Dinamáquina, de 1992, com ícones do futebol mundial como o goleiro Peter Schmeichel e o atacante Brian Laudrup, pode estranhar o time que vai a campo nesta quinta. Sem jogadores dos principais times europeus, a equipe do técnico Niels Frederiksen é repleta de nomes pouco lembrados nas convocações para a seleção principal. Mesmo em comparação ao torneio que trouxe os dinamarqueses ao torneio, a Euro sub-23, restaram apenas dois atletas.

“Vamos apostar na força do nosso conjunto”, generalizou o treinador, que assumiu o time em janeiro e lidou com diversos problemas na composição do elenco. Nomes importantes como o atacante Cristian Eriksen, jogador do Tottenham, da Inglaterra, não tiveram liberação de seus clubes – como a Olimpíada não faz parte do calendário oficial da Fifa, os times não são obrigados a ceder os atletas às seleções. Com isso, uma equipe bastante fragilizada veio a Brasília, e os próprios jogadores reconhecem.

O meio-campista Jens Jonsson, de 23 anos, admitiu que é muito difícil qualquer um de seus companheiros de time olímpico disputarem a Copa do Mundo da Rússia, em 2018, por exemplo. “Mas não faria nenhum mal jogar bem essa competição”, pondera o dinamarquês, que atua no modesto AGF, do próprio país.

Com as estrelas longe, o protagonismo passou para o veterano Lass Vibe, de 29 anos, que joga pelo modesto Brentford, da segunda divisão da Inglaterra. Ele revelou ter sido uma surpresa a convocação para os Jogos e disse se sentir orgulhoso de poder representar seu país em uma competição, independentemente da importância dela. “Eu sei que a Olimpíada, no mundo do futebol, não é a coisa mais importante, mas eu vou jogar nela e isso é algo incrível para mim”, contou ele ao site oficial do seu clube.

Presente na ultima coletiva antes da estreia, nesta quarta-feira (3), o meio-campista confessou que a única arma dos dinamarqueses contra os adversários será a organização tática. “Não temos como competir em habilidade individual, mas talvez possamos nos dar bem no coletivo”, arriscou Vibe, cuja posição de liderança e tempo de experiência como jogador lhe renderam o posto de capitão do time.

O Iraque será o próximo adversário do Brasil, em jogo no Mané Garrincha, às 22h, no próximo domingo (7), mesmo dia em que a Dinamarca enfrenta a África do Sul, um pouco mais cedo, às 19h, também no Mané.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado