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Futebol

Argentina completa duas décadas sem tango

Arquivo Geral

09/06/2006 0h00

Vinte anos é muito tempo. Para tudo na vida. E muito mais quando se fala da paixão argentina pelo futebol. E do orgulho pela excelência conquistada por meio  dos tempos. Por isso, iniciar uma Copa do Mundo estando há 20  anos sem ganhar um título pode ser uma pressão muito grande. E isto é tudo que o treinador José Pekerman não quer hoje, em Hamburgo, a partir das 16h (de Brasília), quando a Argentina inicia sua 14ª exibição em Copas do Mundo contra a debutante Costa do Marfim.<br /><br />Para evitar pressões e deslumbramentos como em 2002, quando de favorito o time transformou-se em vexame após três jogos, Pekerman montou um time bem ao seu estilo. Compacto, bem ordenado com variantes táticas, mas principalmente sem estrelismo. A troca do polêmico meia Verón pelo quietíssimo Román Riquelme – ambos bons de bola –, reflete isso.<br /><br />O respeito é total pela Costa do Marfim. É como se fosse a Holanda. Pekerman vai manter dois volantes, Mascherano e Cambiasso, mudança que o novo técnico trouxe ao time. Com o antecessor, Marcelo Bielsa, a Argentina sempre teve um volante central e dois outros que faziam o trabalho simultâneo de defesa e ataque.<br /><br />O posicionamento de Sorín foi outro passo de Pekerman para ter um time consistente. Aquele lateral-meia voluntarioso, ofensivo de forma quase anárquica, não existe mais. "Pekerman me pediu e vou jogar de três (lateral). Para a seleção, eu faço tudo", diz o capitão. O bloco defensivo é organizado com três zagueiros, um lateral, dois volantes e Maxi Rodrigues, jogador elogiado por seu poder ofensivo. Ele sabe voltar e recompor a defesa. Um atleta tático segundo Pekerman.<br /><br />No ataque, ele ajudará Riquelme, o maestro, a municiar um ataque formado por Saviola e Crespo.<br /><br />"No início do ano, estava sem clube e Pekerman me telefonou. Disse que, sem clube, eu não seria convocado. Então, acertei com o Sevilla e fui bem", diz Saviola, campeão da Copa da Uefa.<br /><br />Há muitas opções para alterar a Argentina taticamente. No banco estão três jogadores que participarão efetivamente do Mundial: Tevez, Aimar e Messi. Numa situação crítica, com a Argentina precisando se arriscar, entram os três: Aimar no lugar de Maxi Rodrigues; Tevez por Cambiasso e Messi por Burdisso. O time passaria ao 3-1-3-3. Mas Jose Pekerman não quer passar por situações críticas. Seguro, ele pretende levar sua equipe o mais longe possível, sem sobressaltos. (Agência Estado)

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