Em outubro de 2024, o Hospital Veterinário do Zoológico de Brasília recebeu um paciente que mobilizou toda a equipe técnica: um tamanduá-bandeira macho adulto, de 35 quilos, encontrado em Unaí (MG) e encaminhado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Apelidado carinhosamente de Queijinho, o animal chegou em estado crítico, com ferimentos profundos no abdômen e nas patas causados por ataques de cães, além de sinais de queimaduras e trauma craniano grave, possivelmente decorrente de um atropelamento.
“Queijinho foi encontrado em estado crítico. Ele também apresentava hemorragia ocular, desidratação e infestação por carrapatos”, relembrou a médica-veterinária Tânia Junqueira, coordenadora de Medicina Veterinária do Zoológico de Brasília.
Após a chegada do animal, a equipe iniciou uma série de exames, incluindo tomografia e radiografias, que confirmaram o trauma cranioencefálico. O tratamento exigiu dedicação e paciência. Segundo Tânia, o primeiro sinal de melhora veio 24 dias depois do início dos cuidados, quando o tamanduá conseguiu mover a língua. Durante cerca de 30 dias, ele recebeu alimentação hipercalórica por sonda, já que não conseguia se alimentar sozinho.
Com a melhora gradual e o retorno da alimentação voluntária, Queijinho iniciou um intenso processo de reabilitação. Ele havia perdido peso e massa muscular, além de apresentar dificuldades motoras e de coordenação. A equipe aplicou sessões de fisioterapia, com exercícios de cinesioterapia e massoterapia, adaptados ao ritmo de recuperação do animal.
Em um mês, Queijinho recuperou peso e equilíbrio. Após dois meses, os treinos foram intensificados para aumentar resistência e força muscular. Três meses depois, ele foi transferido para um recinto de terra, com obstáculos naturais, onde pôde se movimentar de forma mais livre.
Atualmente, o tamanduá segue sob acompanhamento veterinário e fisioterápico no Zoológico de Brasília. A expectativa é que ele seja liberado em breve em uma área de soltura controlada, quando estiver totalmente reabilitado.
Com informações do Zoológico de Brasília