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Moda

Chanel relembra a emancipação do guarda-roupa feminino

Grandioso desfile da marca aconteceu no Grand Palais, e teve como ponto de partida o botão Chanel, símbolo de emancipação e liberdade

Redação Jornal de Brasília

03/02/2024 8h12

Photo by Emmanuel Dunand / AFP

Com alma contemporânea e uma história de mais de 100 anos, durante os quais foi responsável por importantes transformações na moda feminina, a grife francesa Chanel habita um universo próprio no imaginário coletivo do mercado de luxo. Mérito que uma rápida pesquisa no Google confirma: Chanel é a marca de moda mais famosa do mundo segundo a lista criada pela própria plataforma a partir de fontes de toda a web.

A posição no pódio é emblemática e impõe respeito – mas, mais do que isso, mostra a importância do valor de uma marca que, no caso da maison, começou com a própria fundadora, Gabrielle Chanel, construindo de forma constante e expressiva a mítica da grife francesa em torno de seu nome. A marca, hoje, continua esse trabalho e mantém viva a memória de sua fundadora, valorizando seus códigos e contando histórias que reforçam o posicionamento da marca para as novas gerações. Na última Semana de Alta-Costura em Paris, que ocorreu em janeiro, mais um capítulo foi contado.

O grandioso e sempre muito aguardado desfile da Chanel, que aconteceu no imponente Grand Palais, teve como ponto de partida o botão Chanel, um símbolo de emancipação e liberdade cuja história o eleva ao status de joia entre os elementos que formam a reconhecida iconografia da maison.

Desde os tempos de Gabrielle, o botão é visto como um marco da liberdade feminina. Isso porque, historicamente, durante a ascensão do prêt-à-porter no mercado, no início do século 20, os botões foram introduzidos no guarda-roupa feminino com mais presença, trazendo uma nunca antes vista praticidade para abrir e fechar as roupas em uma época em que a moda restringia os movimentos da mulher.

A história emblemática do botão Chanel foi apresentada aos convidados antes do desfile em um filme criado em colaboração com o rapper americano Kendrick Lamar, mas teve seu início muito antes do show, logo no convite, que veio acompanhado de um botão dourado de metal que trazia o símbolo da marca selando o envelope. A sala de desfile em si – que, não à toa, tinha formato circular e era de tons pálidos de ouro – também fez parte da narrativa, trazendo um grande botão dourado no teto, que desceu e se aproximou da passarela quando o show começou.

Discurso, convite, ambientação e vídeo: a experiência parecia estar completa. A cereja do bolo, no entanto, veio no look de abertura, desfilado pela atriz Margaret Qualley, no qual faltava um botão na manga direita do emblemático e bem construído casaco de tweed Chanel. “Uma referência à experiência construída para o show”, pontuou a marca.

Na passarela, a história de liberdade iniciada pelo botão ganhou ainda mais potência em uma coleção que trouxe também a arte da dança como fio condutor. Com destaque especial para o balé, com suas saias de tule, fluidez sublime e tons aquarelados, a temporada da marca vem extremamente delicada e suave. Tudo permeado por uma sensibilidade marcante, como ressalta a diretora criativa Virginie Viard: “A Chanel me desperta emoções que uso como inspiração. Minha missão é achar novas formas de contar suas mais lindas histórias”.

Tal suavidade se expressa pelas sobreposições de tule de seda e organza, que trouxeram um ar etéreo à temporada em saias volumosas ou ao flutuarem sobre peças em tecidos mais pesados, como o tweed.

Os mesmos tecidos vaporosos também vieram em saias e calças mais ajustadas ao corpo, trazendo uma transparência poética às composições. De forma geral, as peças que cruzaram a passarela eram doces e delicadas, mas vieram acompanhadas também de história e com uma potência singular que é completamente Chanel.

Estadão Conteúdo

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